Em defesa da honra

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Os Caldenses sabem que eu sei que eles sabem que, para mim… as Caldas estão sempre em primeiro lugar!
Considero muito injusta a apreciação que o “Zé Povinho da Gazeta das Caldas” fez da minha intervenção na Assembleia Municipal de 16 de Junho (veja-se até, por exemplo, o tipo de fotografia publicada, revelador de um tratamento parcial e desrespeitoso).
Na verdade, ao contrário do que é afirmado pela Gazeta, a intervenção que então produzi não foi para defender a Câmara mas, isso sim, para defender as Caldas e os Caldenses.
Só sou Presidente da Assembleia Municipal porque também sou membro eleito da mesma assembleia.
Tenho direito a voto e opinião.
Será que a Gazeta entende que devo andar “calado”, não exprimir opiniões, nada dizer sobre os problemas do concelho, da saúde da unidade hospitalar, do Hospital Termal, não tomar partido por esta ou aquela proposta, nem participar em votações, porque só assim serei imparcial ?!
Parcial seria se tratasse de forma discriminatória os membros da Assembleia Municipal, favorecendo uns, especialmente de uma determinada força política, em detrimento dos outros.
Mas a verdade é que nada disso se verificou.
Com efeito, a minha indignação resultou do facto de um dos membros da Assembleia Municipal, do grupo do CDS, vir fazer a apologia das opiniões expressas por um membro do governo, numa conferência recentemente realizada nas Caldas, no que ao Hospital Termal diz respeito.
Na verdade, tal conferência, além de minimalista no que ao concelho diz respeito, apenas salientou o pouco interesse que o mesmo membro do governo revelou quanto à possível auxílio na resolução do problema das termas, e do termalismo, tendo mesmo afirmado “ponham os pés ao caminho”, insinuando que, do Estado, nada teríamos
Pois bem, entendi eu que o Sr. deputado Municipal do CDS, ao elogiar a atitude daquele membro do governo, estava a ser profundamente injusto com as Caldas e, sobretudo, com os Caldenses.
Depois, aliada a tal circunstância, há algumas semanas tinha ouvido ao Sr. Deputado à Assembleia da Republica, pelo distrito de Leiria, Manuel Isaac, também do CDS, dizer publicamente o seguinte: “fui eu que bati à porta do ministro da saúde para entregar o Hospital Termal à Câmara”.
Ora, “quem não se sente não é filho de boa gente”, e eu, filho e neto de Caldenses, na minha intervenção, além de me indignar com a injustiça atrás assinalada, dei também notícia da afirmação que aquele Sr. Deputado da A.R. publicamente havia proferido.
Os Caldenses que interpretem a atitude do Sr. membro da A.M., bem como a afirmação do Sr. deputado à A. R., ambos do CDS, como entenderem.
Acrescentei ainda, na minha indignada intervenção (parcial, na opinião da Gazeta), que os interesses do meu concelho estavam acima da minha filiação partidária, ou do governo, fosse este de que partido fosse. Reconheço que, agora sim, fui parcial… pois fui!
Fui parcial, e serei sempre parcial, independentemente do que disse (ou, não disse) qualquer Secretário de Estado ou deputado da Assembleia da República, seja da minha cor partidária ou não, sempre que esteja em causa a defesa dos interesses da minha cidade e do meu Concelho.
É assim com o Termal, é assim com o Hospital, será assim com a Lagoa de Óbidos, ou com a linha do Oeste … Caldas, sempre, mas sempre, primeiro.

Luís Ribeiro

N.R. – O presidente da Assembleia Municipal deve ser como um juiz de um órgão colegial que, por muito indignado que se sinta, não sai do seu lugar, despe a sua toga e vai defender ou atacar qualquer das partes.