Homenagem a José Malhoa

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Gazeta das Caldas

26_04_2015Foi-me dado o prazer de assistir, no dia 26 de abril, nas dependências do Museu José Malhoa, nas Caldas da Rainha, ao Colóquio: Evocar os 75 anos da instalação definitiva em edifício próprio e os 160 anos do nascimento do seu Patrono. Foi uma tarde memorável. Iniciada com a pequena Estela Calisto a apresentar a música Os Três Gatinhos, do compositor norte-americano Aaron Copland. A jovem pianista, de apenas cinco anos de idade encantou a todos os presentes e deixou no ar a certeza de que poderá vir a ser uma virtuose no piano. Logo a seguir, a adolescente Mariza Mendonça, com apurada técnica, deu-nos o seu contributo, interpretando a difícil Sonatine nº 6, de Beethoven. Para concluir a parte musical, a jovem Mariza, desta vez, acompanhada pela experiente e muito talentosa Ruth Horta, apresenta I am not afraid, de autoria de M. Smit.
De imediato, teve início o ciclo de conferências. A primeira intervenção foi feita por parte da técnica superior do próprio Museu José Malhoa, Dra. Conceição Colaço, que dissertou sobre a Rainha D. Leonor, 1926. Uma oferta do pintor José Malhoa ao Povo das Caldas, que com segurança e objetividade apresentou-nos um discurso bem construído sobre a tela famosa.
A segunda conferencista, que não esteve no local, Dra. Ana Maria Farinha, apresentou a sua comunicação através de videoconferência, tratando o tema: José Malhoa / Tela – Estudo para a execução da obra: Retrato da Rainha D. Leonor. Caldas da Rainha 1926. Foi uma boa participação, que deixou algumas dúvidas sobre a possibilidade de uma tela – descoberta na Irmandade da Santa Casa de Misericórdia da Sertã, por essa investigadora – ser de autoria de José Malhoa. Muita água ainda irá correr, até que se descortine, realmente, quem é o autor de tal Obra.
O Eng.º Miguel Portela foi o terceiro conferencista da tarde. A sua crónica versou sobre José Malhoa e Cruz Magalhães em outubro de 1913 na vila de Figueiró dos Vinhos. Um trabalho muito bem conseguido, que encantou por certas nuances relacionadas à história do Pintor português naquela região, em companhia de amigo tão querido.
A seguir, a Dra. Margarida Herdade Lucas usou da palavra para apresentar-nos: Um jovem pintor moderno: José Malhoa. Foram momentos de saborosa recordação, ao falar-se do Grupo do Leão, de Júlia Malhoa, de Caldas da Rainha e Figueiró dos Vinhos no século XIX e, é claro, de José Malhoa. Sendo a palestra orientada cronologicamente do fim da vida do Pintor para o início, apontando, então, a sua juventude e modernidade.
A conclusão do excelente ciclo de conferências foi dada pela voz do versado e erudito investigador, Dr. Rui Calisto, que nos apresentou: Malhoa Inédito: Genealogia. Centro de Documentação e Documentação Inédita e Esparsa. Um texto repleto de pontos notáveis, entre eles a descoberta de um irmão desconhecido de José Malhoa. Um trabalho que, segundo consta, está para ser publicado brevemente.
Por fim, o Dr. Carlos Coutinho, diretor substituto do Museu José Malhoa, que fez uma ótima apresentação de todo o evento, abriu um pequeno espaço para debate entre a plateia e os oradores. Este, creio, foi o ponto fraco de toda a sessão, devido à péssima qualidade das perguntas efetuadas.
Que venham mais sessões como esta.
Isabel Alves Pinto