Doze municípios unidos na defesa de um hospital para o Oeste

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Os 12 municípios oestinos estão unidos na defesa de um novo hospital para o Oeste. Na Assembleia Intermunicipal realizada a 16 de Abril foi aprovada, por unanimidade, a criação de uma comissão permanente da saúde que irá elaborar pareceres para defender um hospital para o Oeste. Para já, querem que o futuro hospital faça parte da lista do Plano Nacional de Investimentos 2030, em discussão na Assembleia da República.

Os membros da Assembleia Intermunicipal, composta pelos 12 municípios do Oeste, aprovaram por unanimidade a criação de uma comissão permanente da saúde no âmbito deste órgão. O passo seguinte será a definição da sua composição, que será feita em conferência de líderes.
A proposta foi apresentada por Rui Prudêncio, líder da bancada socialista na Assembleia Intermunicipal, a qual prevê que os seus membros possam recolher informação para elaborar relatórios, pareceres e propostas a discutir nas assembleias.
“Poderemos discutir a uma voz ou, pelo menos, apresentarmo-nos perante as instituições e discutir em nome do Oeste e não apenas de um concelho”, explicou Rui Prudêncio, acrescentando que desta forma terão um peso maior nas reivindicações junto de diversas entidades ligadas à saúde e ao poder central. Os elementos da Assembleia querem também juntar sinergias com o Conselho Executivo da OesteCIM para “não haver duas vozes”, mas sim tomar decisões em conjunto.
À Gazeta das Caldas, Rui Prudêncio explicou que a criação desta comissão é uma questão de “oportunidade”, tendo em conta que as comissões de saúde das assembleias municipais das Caldas, Torres Vedras e Peniche, também têm reunido e há consenso relativo à necessidade de um hospital no Oeste. Além disso, está actualmente em discussão na Assembleia da República o Plano Nacional de Investimento (PNI) 2030 e conseguir inscrever a construção do novo equipamento nesse documento “é a porta que necessitamos para continuarmos a investir nos hospitais que temos”, referiu o também deputado do PS na Assembleia Municipal de Torres Vedras.
Na sua opinião, a continuidade da existência dos hospitais das Caldas, Torres Vedras e Peniche (que compõem o CHO) vai depender do entendimento do poder central de que o Oeste precisa de um hospital central.
Rui Prudêncio reconhece que a questão da localização do novo equipamento de saúde tem atrasado o processo, mas acredita que agora estão todos unidos na defesa de um hospital central no Oeste e que a sua localização será a última etapa de todo o processo. Diz mesmo que a localização será o mais simples de decidir: irá ficar no local com melhores acessibilidades e tempos de acesso.
Em primeiro lugar terão que pugnar pela criação de um hospital de final de linha, que disponibilize uma unidade de cuidados intensivos, pois essa é a garantia para a captação de anestesiologistas. As unidades hospitalares hoje integradas no CHO podem vir a ser utilizadas, no futuro, em outras áreas como os cuidados continuados e a convalescença.

PSD quer reduzir tarefas do Oeste para Lisboa

Nesta reunião foi também aprovada (com a abstenção do PS) uma recomendação apresentada pelo PSD para o alargamento das coroas dos transportes públicos além da Área Metropolitana de Lisboa (AML).
Com esta medida, os sociais democratas pretendem suavizar as “acentuadas diferenças” de valor dos passes sociais entre concelhos vizinhos, explicou o deputado social-democrata, Carlos Cunha.
O PSD considera que o Programa de Apoio à Redução Tarifária criou uma disparidade entre os residentes nos concelhos da AML e os restantes municípios, nomeadamente de Arruda dos Vinhos, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Alenquer. Por isso, os sociais-democratas querem exercer pressão sobre o governo no sentido de reduzir o valor dos passes de ligação à área metropolitana.
O presidente da OesteCIM, Pedro Folgado, informou que a OesteCIM utilizou os 1,3 milhões de euros disponibilizados pelo governo no âmbito do PART para reduzir a tarifa a pagar nos transportes públicos e, assim, ter menos carros a circular no Oeste.
A OesteCIM reuniu também, pela primeira vez, no passado dia 17 de Abril com a CP para iniciar o trabalho conjunto com vista à possibilidade de apoio também para os utilizadores do transporte ferroviário.

Concurso para linha do Oeste até Junho

Pedro Folgado disse ainda que até Junho será aberto o concurso para a electrificação da Linha do Oeste. Recordou que, numa reunião que teve com a tutela em 2018, foi-lhe dito que o concurso avançaria até ao final de Dezembro, o que não veio a acontecer. “Depois passou para o primeiro trimestre e agora está no primeiro semestre. Vamos acreditar que até Junho o concurso seja aberto e que a requalificação seja feita”, respondeu ao deputado social-democrata na Assembleia Intermunicipal, Alberto Pereira, que o questionou sobre o ponto da situação da Linha do Oeste.
Pedro Folgado disse ainda que, informalmente, soube que “está tudo preparado” e que o processo está no Ministério das Finanças para que seja desbloqueada a verba e aberto o concurso.