Jovens laranjas andam zangados na distrital de Leiria

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Gazeta das Caldas
Rodrigo Amaro, presidente da JSD das Caldas, e Pedro Brilhante, presidente da distrital de Leiria da JSD, andam de candeias às avessas | D.R.

Depois de em Junho Gazeta das Caldas ter noticiado o afastamento da JSD das Caldas em relação à Distrital de Leiria, foi agora a vez das jotas de Pombal, Ansião, Figueiró dos Vinhos e Peniche entrarem em ruptura com aquela estrutura, acusando-a de ter uma postura antidemocrática. Dizem que este é “o momento mais negro da sua história”, mas a Distrital refuta as acusações, fala em manobras e diz que “não se desmarca quem nunca esteve connosco”.

 

A actual Comissão Política da JSD “conduziu a Distrital ao momento mais negro da sua história”. Assim termina o comunicado enviado às redacções a 11 de Outubro, pelas concelhias da JSD de Ansião, Caldas da Rainha, Figueiró dos Vinhos e Pombal.
O documento começa por referir a ruptura com a Comissão Política Distrital, esclarecendo que esta posição vem “na sequência de constantes atropelos ao normal funcionamento e relacionamento institucional”.
Os signatários referem que esta comissão e “especialmente o seu presidente [Pedro Brilhante], revela uma postura antidemocrática, de desrespeito pelas opiniões contrárias e marginalização daqueles que as emitem”.
Dizem as jotas em ruptura que a Distrital procura “maquilhar o desmembramento” que se regista no seio desta juventude partidária e que existe uma falta de identificação entre os militantes e a estrutura de Leiria, que acusam de 19

Segundo estes, existe “um flagrante desrespeito pelos estatutos da JSD”, uma vez que os espaços de discussão têm sido praticamente inexistentes, não havendo, durante largos meses, lugar a reuniões de Comissão Política e, muito menos, a reuniões do Conselho Distrital.
Acusam ainda a criação da Comissão Política Permanente de ter sido “desenhada à medida para tirar margem para vozes discordantes”.
Sobre a Volta Distrital do Secundário, uma iniciativa que leva a juventude partidária às escolas, os signatários dizem que não houve articulação com as concelhias ou com o coordenador do ensino básico e secundário. “Foi uma actividade destinada exclusivamente ao cumprimento de agendas pessoais e na promoção de guerrilhas internas em concelhias, como aliás tem sido prática corrente da Distrital”, afirmaram em comunicado.
No documento faz-se referência à Academia de Jovens Autarcas, que passou dos 100 participantes em 2017 para os 30 em 2018.
Concluem então que “o repúdio total por estes comportamentos levou a que vários militantes destas concelhias, bem como da de Alvaiázere e de Castanheira de Pêra apresentassem a sua demissão dos cargos na estrutura distrital”.
Contactado pela Gazeta das Caldas, Rodrigo Amaro, presidente da JSD das Caldas, disse que é necessário fazer um conselho distrital para resolver esta questão.

“Manobras de alguns para minar o caminho de todos”

A JSD Distrital respondeu no mesmo dia com um comunicado intitulado “Não se desmarca quem nunca esteve connosco” no qual refuta todas as acusações e diz que “não se desmembrou nem se desmembra”.
Aquela estrutura afirma que o comunicado dos seus opositores é uma forma de “dar dimensão concelhia a posições isoladas de meia dúzia de pessoas que não representam a vontade dos seus militantes”. Refere a existência de um “pequeno cartel interno com apoio de algumas figuras distritais do partido” que procura, “através destes números, descredibilizar uma estrutura política que é conhecida em todo o país pela forma abnegada como está e faz política, desprendida de seguidismos e vassalagens”.
A distrital diz mesmo que “não pode tolerar manobras de alguns com o propósito de minar o caminho de todos” e que, são as mesmas pessoas que a distrital acusou de deslealdade no último processo eleitoral da jota, quem agora promove esta manobra. “Sabemos que a verticalidade incomoda quem gravita na estrutura apenas e só à espera de um lugarzinho ou de uma posição mais favorável para se encostar”, lê-se no documento.
A distrital, que é presidida por Pedro Brilhante, declarou que “a concelhia das Caldas não foi eleita para a Comissão Política Distrital da JSD, pelo que não pode tornar pública uma posição que verdadeiramente não tem”. Esclarece que convidaram a JSD das Caldas para a distrital e afirma que “o convite não foi aceite porque aquela concelhia entendeu que os cargos eram mais importantes que a intervenção política em prol do distrito”.
Acerca dos presidentes das concelhias de Peniche e Ansião, diz que “verdadeiramente, nunca chegaram a assumir as funções para as quais foram eleitos”, porque apesar de agora se demitirem formalmente das funções na distrital, “na prática, já o tinham feito desde o dia em que tomaram posse, inclusive nas suas próprias concelhias, onde não há registos de actividades desenvolvidas, porque reiteradamente faltaram às convocatórias”.
O comunicado informa ainda que a concelhia de Figueiró dos Vinhos está inactiva há vários anos e que a de Pombal está demissionária, devendo entrar em eleições na próxima semana.
Em relação à postura antidemocrática, respondem que a comissão “sempre pugnou pela liberdade, de ação e opinião” e que “é por isso que causa, não raras vezes, desconforto ao partido pela forma séria, responsável e irreverente como faz política”.
Já em relação à volta às escolas do secundário, a comissão afirma que “foi a maior e a melhor de sempre” e “é isso que incomoda”. Elucida que todas as comissões políticas activas do distrito foram convidadas a participar e a colaborar e que a volta passou em todas as escolas, desde o Bombarral a Castanheira de Pêra.