A semana do Zé Povinho

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Zé Povinho quer deixar nota da boa vontade da Infraestruturas de Portugal em recuperar o património azulejar das estações ferroviárias e, em particular, das da linha do Oeste.
Depois de décadas em que as antecessoras desta empresa (a CP e a Refer) mantiveram uma atitude pouco cuidada em relação aos azulejos, por vezes destruindo os painéis quando faziam obras nas estações (como aconteceu na das Caldas nos anos 80 do século passado), hoje a IP tem uma preocupação especial com esse património que inclui uma estratégia de preservação que é assumida por todos, desde a administração aos trabalhadores que estão no terreno.
Aliás, não foi por acaso que em 2014 a gestora de infraestruturas ferroviárias ganhou o Prémio Brunel pela sua excelente reabilitação dos painéis de azulejos da estação de S. Bento, no Porto.
A empresa até possui actualmente técnicos com formação especializada em restauro, que têm um papel importante na gestão dos contratos com firmas que trabalham nessa área.
A linha do Oeste é uma das mais ricas da rede ferroviária nacional no que diz respeito ao património azulejar. Por isso, fez bem a IP em avançar com um projecto de conservação e restauro dos seus azulejos, que contempla as estações de Leiria, Valado dos Frades, Caldas da Rainha, Óbidos, Bombarral, Outeiro da Cabeça e Mafra.
Apesar de esta empresa não se portar bem com a linha do Oeste no que diz respeito à sua modernização – mantendo-a num sistema de exploração saído ainda do séc. XIX – Zé Povinho quer relevar desta vez a preocupação e o bom desempenho da gestora de infraestruturas no que diz respeito ao património azulejar.

Em menos de três tempos, o país descobriu na semana da Páscoa que podia ficar imobilizado por falta de combustível, na sequência de uma greve decretada por um sindicato recém criado dos motoristas de matérias perigosas.
No sector dos condutores de pesados havia sido firmado no final do ano passado um acordo entre os trabalhadores e o patronato que resolvia algumas das questões mais controversas das duas últimas décadas. Só que um grupo de motoristas, que transportam cargas consideradas perigosas, nomeadamente combustíveis, excluíra-se desses resultados sindicais, e dado o seu estatuto especial, exigiram um tratamento salarial e contratual totalmente diferente.
Liderados por um “sindicalista” de Maseratti, que de repente ficou sob a luz dos holofotes da comunicação social portuguesa (e cuja carreira não se fizera ao volante de nenhum camião cisterna) proferiram ameaças de que iam parar o país.
O advogado e vice-presidente “sindicalista”, Dr. Pedro Henriques, esteve na origem do sindicato destes motoristas, cuja sede é no seu próprio escritório.
Escapando aos apoios das centrais sindicais tradicionais, este sindicato vinha juntar-se a outros emergentes, que têm nos últimos meses surpreendido o país com lutas aguerridas e que têm parado sectores preponderantes da vida pública portuguesa.
O Dr. Pedro Pardal Henriques, afinal o foco principal desta luta, não conseguiu esconder a sua trajectória profissional menos transparente, tendo já nos últimos dias aparecido alguns clientes a queixarem-se da sua actuação profissional menos cuidada, o que faz desconfiar Zé Povinho do papel desempenhado naquilo que podia ter sido uma crise gravíssima no Portugal do século XXI.