A Semana do Zé Povinho

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Depois daquele que muitos consideram ter sido um dos anos mais difíceis para os portugueses, e no início de mais um novo ano que também não deverá ser fácil, Zé Povinho não pode ficar indiferente à ajuda que a Câmara Municipal de Alcobaça deu às famílias em maiores dificuldades. Em tempo de férias escolares, aquela autarquia garantiu as refeições de oitenta alunos das escolas do concelho.
Ciente da dificuldade que muitas famílias têm em colocar comida na mesa todos os dias, Zé Povinho louva a iniciativa da Câmara de Alcobaça. Mais ainda quando o seu presidente, Paulo Inácio, garante que todas as famílias que pediram este apoio tiveram uma resposta afirmativa e admite voltar a fazê-lo na Páscoa e no Verão.
É que à semelhança do que acontece em muitas casas, também as autarquias se vêem a braços com falta de dinheiro e necessidade de se conterem. E por isso mesmo, o Zé Povinho só pode aplaudir quando o apoio aos mais necessitados é posto no topo das prioridades.

Zé Povinho neste início de 2013 vai ironicamente escolher como figura negativa uma personagem que alimentou as crónicas e écrans dos media portugueses no final do passado ano.
Trata-se do cidadão Artur Baptista da Silva que se intitulou de portador de inúmeras qualificações de universidade estrangeiras e que se dizia estar a chefiar uma equipa de economistas das Nações Unidas para resgatar os países do sul da Europa das garras da troika e dos seus sequazes (FMI, BCE e União Europeia).
Para Artur Baptista da Silva as medidas que estão a ser impostas a estes países não se compaginam com as necessidades de resolução dos problemas decorrentes dos excessos de dívida soberana, dos défices nas balanças de pagamento e comercial destes países e do incumprimento dos compromissos comunitários.
Com um discurso tão escorreito e compreensível para o comum dos cidadãos, não admira que tivesse conquistado a atenção de prestigiados órgãos de comunicação social bem como dos seus jornalistas, a exemplo do que outros também, políticos exímios em utilizarem a sua dialética o têm feito para conseguir atingir os seus objectivos pessoais.
Coitado do sr. Artur, que em poucos dias foi desmascarado, quando outros que não fizeram melhor e que também utilizaram as suas qualidades bem falantes e os seus amigos, para obterem diplomas, cargos públicos e fazerem negócios em nome do Estado.
O putativo consultor das Nações Unidas não teve amigos que o segurassem, e acabou cruxificado, mesmo por algumas entidades que em bom tempo lhe deram abrigo e guarida, sento agora corrido tanto do Grémio Literário como da SAD do Sporting Club de Portugal.
Artur Baptista da Silva fica como um exemplo de alguém que consegue ir longe num primeiro momento, mostrando ao país que muita prosápia, às vezes serve para atingir fins (duvidosos) na sociedade em que vivemos. Pena que o assunto que o fez chegar às primeiras páginas dos jornais seja da própria tragédia da economia nacional… e de muitos portugueses!