Dados do Conselho Municipal de Segurança indicam que os índices de criminalidade não têm aumentado. Câmara aposta na videoproteção e iluminação dos espaços públicos para combater sensação de insegurança na cidade
Está previsto para os próximos dias a assinatura de um protocolo, entre a Câmara das Caldas e a PSP, para a instalação de câmaras de videoproteção na cidade. O documento materializa-se na responsabilidade da Câmara em garantir a montagem e criação dos acessos à PSP para que depois esta força policial possa trabalhar os dados. Ainda não há uma data para o início do seu funcionamento, mas o presidente da Câmara, Vítor Marques, diz que “é expectável” que possa acontecer ainda no primeiro semestre deste ano.
Por definir está também o número de câmaras a colocar e os locais. No entanto o autarca explica que a “implementação será feita de forma faseada, para irmos percebendo como as coisas se vão desenrolando e sermos o mais assertivos possível”.
Vítor Marques explica que têm vindo a fazer um levantamento das necessidades, acompanhados pela PSP, que é a entidade que os acompanha neste processo e já possuem levantamentos do território. Após estabelecer o protocolo com a PSP será enviada a informação para o Ministério da Administração Interna para obterem as devidas autorizações para poder proceder à montagem das câmaras.
Esta é, de acordo com o autarca, uma forma de dar meios à PSP para fazer o seu trabalho. “Têm-se vindo a agudizar a falta de recursos humanos e estamos numa fase crescente de aposentações, pelo que nos próximos tempos há a possibilidade destas serem superiores à integração de novos elementos”, explica Vítor Marques à Gazeta das Caldas.
Para além da videoproteção, a Câmara tem vindo a proceder a uma melhor iluminação das ruas da cidade. Artérias como a Avenida 1º de Maio e junto aos Prédios Viola vão sofrer alterações, com aumento de luminosidade dos candeeiros e há outras zonas onde também já aumentaram o índice de luminosidade, de forma a garantir uma maior perceção de segurança para os cidadãos. Também a polícia continuará a andar na rua, paga pela autarquia. Desde o final do ano passado que esta passou a pagar cinco noites de gratificados ao invés das três noites por semana. “Embora não havendo efetivamente um aumento da criminalidade temos de combater a existente e aumentarmos a sensação de segurança”, justifica o autarca.
Também a integração das comunidades estrangeiras é importante nesse sentimento de segurança. Nesse sentido, a Associação de Guineenses vai ter um momento cultural, recreativo e gastronómico em julho, para envolvimento da sua comunidade com a caldense, e a autarquia pretende continuar a dinamizar mostras de artesanato das diversas origens das populações migrantes a residir na cidade.

Menores índices de criminalidade
Desde o início do mandato que a Câmara das Caldas, e os autarcas das juntas de freguesia da cidade, tem reunido mensalmente com PSP e, trimestralmente, juntamente com todas as juntas de freguesia, com a GNR. “Nessas reuniões apuramos diversas situações ligadas às duas entidades, sejam elas rodoviárias ou relativas à questão da segurança das pessoas e bens”, explica Vítor Marques, destacando a interação entre todos de forma a corrigir e informar o que se vai passando. A par disso, foi retomado o Conselho Municipal de Segurança, que reúne a cada três meses e no qual as diversas entidades que o integram (PSP, GNR, Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, Proteção Civil e Bombeiros das Caldas da Rainha), têm feito relatórios comparativos com períodos homólogos. “As conclusões a que temos chegado é que, comparando com períodos homólogos, os índices de criminalidade não têm aumentado, e que a maior parte deles têm, inclusive, baixado”, explicou o autarca, acrescentando que as situações mais preocupantes referem-se às vítimas de violência doméstica.
“Estes dados dão-nos algum conforto, embora não possamos ficar parados”, refere o autarca, reconhecendo que há uma sensação de insegurança, por vezes resultado do que é transmitido nas redes sociais e até na comunicação social. Para a combater estão a apostar em medidas como a videoproteção, uma melhor iluminação na cidade e nos gratificados para garantir o policiamento à noite. ■