Editorial – Eleições para o Parlamento Europeu no próximo domingo

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CapturaNa totalidade dos países da União Europeia estão a decorrer esta semana as eleições dos deputados que representarão os 28 países no Parlamento Europeu. Portugal no próximo domingo, dia 25 de Maio, vai eleger este ano 21 dos 751 eurodeputados que representam estes países, e cujo número foi decidido em função da sua dimensão populacional.
Apresentam-se no caso português 16 partidos e coligações no mesmo círculo nacional: PSD (Partido Social Democrata), PS (Partido Socialista), CDS (Centro Democrático Social), CDU (Coligação Democrática Unitária – PCP/PEV), BE (Bloco de Esquerda), MRPP/PCTP (Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses), PPM (Partido Popular Monárquico), POUS (Partido Operário de Unidade Socialista), Livre, MAS (Movimento Alternativa Socialista), PND (Nova Democracia), MPT (Partido da Terra), PDA (Partido Democrático do Atlântico), PNR (Partido Nacional Renovador), PAN (Partido pelos Animais e pela Natureza), PPV (Portugal Pró Vida) e PTP (Partido Trabalhista Português).
O PSD e o CDS/PP apresentam-se em 2014 unidos para as europeias na coligação Aliança Portugal. Esta aliança, bem como o BE, o PS e o PNR são os únicos candidatos que se apresentam também com uma filiação europeia, respectivamente do Partido Popular Europeu, Partido da Esquerda Europeia, Partido Socialista Europeu e Aliança dos Movimentos Nacionais Europeus.
As mesas eleitorais funcionam nos locais do costume entre as 8h00 e as 19h00, devendo os resultados por mesa eleitoral começarem a ser conhecidos mais cedo do que o costume porque existe uma simplificação no acto eleitoral.
A promessa inicial de que esta eleição seria diferente porque nela se elegeria o presidente da Comissão Europeia pode não se concretizar porque nos últimos dias já várias personalidades do jogo político europeu vieram contestar esta ideia, preferindo que a escolha se faça nos directórios das principais forças políticas europeias. Ou seja, a um vislumbre de democracia pura no acto de escolha do presidente da Comissão, recua-se para uma decisão de gabinetes.
A ver vamos se o socialista alemão Martin Schulz, actual presidente do PE, e Jean-Claude Juncker, antigo primeiro-ministro do Luxemburgo e ex-presidente do Eurogrupo, os dois putativos candidatos em campanha eleitoral, não serão ultrapassados por qualquer novel político que nem se candidatou ao Parlamento Europeu. Trata-se de um risco real pois há foi veiculada a ideia de trazer a directora geral do FMI, Christine Lagarde para a presidências da Comissão, sem qualquer sujeição aos votos e contrariando as promessas anteriores, mesmo que apenas veladas.
As principais ameaças ao escrutínio eleitoral do próximo domingo em Portugal, como nos restantes países, são a elevada abstenção e o desvio de votos para forças marginais, podendo levar a fenómenos eleitorais estranhos como estão a ser antecipados para a França, Holanda, Reino Unido, Itália e mesmo nalguns países nórdicos, onde são esperadas votações anormais em partidos eurocépticos e de origem populista.
Recorde-se que nas últimas europeias concorreram 13 forças políticas em Portugal, tendo o acto eleitoral sido ganho pelo PSD com 31,71% dos votos (elegendo oito deputados), seguido do PS com 26,53% (sete deputados), Bloco de Esquerda 10,72% (três deputados), CDU com 10,64%  e CDS/PP com 8,36% (ambos com dois deputados). Os restantes partidos obtiveram menos de 1,54% dos votos não tendo eleito ninguém.
As eleições em todos os países da União decorrem entre 22 e 25 de Maio, coincidindo a eleição portuguesa com o apuramento dos resultados de todos os países. Provavelmente na noite de domingo, uma vez mais o país será percorrido pelos carros do partidos vencedores com a habitual barulho das buzinas. Em Portugal o resultado de domingo poderá constituir mais um sinal indiciador dos possíveis resultados das próximas eleições legislativas previstas para o último quadrimestre de 2015.
Apesar de toda a insatisfação com a Europa e a desmobilização política existente, deixamos um apelo ao voto cidadão, para mostrarmos que queremos e merecemos ter um papel activo nas decisões da Europa. De outra maneira apenas justificamos ser tratados como uma excrescência do directório central da Europa a 28.