O jazz como motor de desenvolvimento pessoal

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Os alunos do 1º ciclo com instrumentos que construíram |Isaque Vicente

No último ano foi implementado o programa “O jazz vai à escola”, que pela mão do músico Jorge Mendonça de Oliveira, permitiu que 35 alunos dos 3º e 4º anos do concelho experienciassem o jazz. O programa durou dois meses, mas a aprendizagem e os benefícios do mesmo foram notórios durante longo tempo.

Durante dois meses os alunos, entre os oito e os dez anos, imitaram e criaram os seus instrumentos, tocaram, cantaram, improvisaram e aprenderam a História do Jazz.
Jorge Mendonça de Oliveira contou à Gazeta das Caldas que inicialmente havia uma certa retracção que foi desaparecendo. “No final, os alunos mostravam já um grande à vontade em termos musicais”, notou. O facto de estarem mais soltos para improvisar enquanto cantam foi outro benefício que viu no programa.
A coordenação é outra das áreas que a música ajuda a trabalhar. “Muitos miúdos têm dificuldades de coordenação e a música ajuda a desenvolver a independência dos membros”, afirmou.
Depois foram trabalhadas as capacidades de ouvir e respeitar o outro e de perceber que o som de um não é mais importante do que o de outro. Os alunos aprenderam também a gerir os tempos e a percepcionar o som de uma parte e depois o resultado da soma de todas as partes.
Gisela Carvalho, professora da E.B. de A-dos-Francos, elogiou a iniciativa, tanto em termos do desenvolvimento das capacidades musicais (capacidades rítmicas e diferenças tímbricas), como também da área social e humana. “Depois da oficina houve uma melhoria na postura, não só naquela aula como nas outras e isso reflectiu-se no ambiente”, afirmou.
Salientando a grande motivação dos alunos para este projecto, explicou que, se já havia alguns alunos na banda, mais passaram a ir. No final do ano um terço da turma pertencia à filarmónica local.
Gisela Carvalho elogiou ainda o professor responsável pela oficina e os seus métodos. “Também lhes deu a conhecer a história do Jazz, um mundo que não conheciam”, disse.
A terminar afirmou a importância da oficina até para si, enquanto professora, e deixou um recado às turmas que irão receber o projecto este ano: “aproveitem muito esta benesse”.
Já a professora Délia Domingos, da E.B. Alvorninha, afirmou que este projecto “tinha sido bastante positivo” e que os pais dos alunos tinham ficado “muito agradados com a actividade final”. Ainda assim, houve um senão: “ser em horário curricular”.
Délia Domingos salientou o facto de os professores do Agrupamento Bordalo Pinheiro terem tido uma formação de expressões artísticas no ano anterior.
“O Jazz vai à escola” esteve inserido no Caldas Nice Jazz e contou com o apoio da autarquia (integrando o programa “@prender.mais-CR”). Este ano volta a realizar-se, agora nas escolas do Carvalhal Benfeito e Santa Catarina.