Leonel Cardoso, um cartoonista e poeta nos anos 60

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Com o 95.º aniversário da Gazeta das Caldas ainda presente, recordamos um antigo colaborador, que ajudou a preencher as páginas do jornal com perfis carregados de cartoons e poemas. Faleceu em 1987, depois de meio século de colaboração permanente

José Luís Almeida Silva

A primeira notícia da Gazeta das Caldas que dá a conhecer aos seus leitores “o lápis subtil deste nosso prezado amigo e conterrâneo, a quem felicitamos pela correção e e graça dos seus desenhos” data de 11 de Novembro de 1938, quando a Livraria Joaquim Silva Santos oferece ao jornal uma coleção de postais ilustrados.
Ao longo de mais de 50 anos o caldense Leonel Cardoso colaborou na Gazeta com textos de opinião, de sociedade, desenhos e poemas, numa infinidade de iniciativas que espantam ainda hoje o leitor pela seu persistência e criatividade.
Nascido na cidade em 1898, estudou no Liceu de Leiria e depois cursou Ciências Económico-Financeiras no Instituto Superior de Comércio (o antecessor de Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras em Lisboa. Profissionalmente foi funcionário superior das Alfândegas, mas nunca abandonou a sua veia criativa e artística, que iniciou com Alves de Sá e Piloto (seu tio), e o Costa Mota (Sobrinho), respectivamente em desenho e modelagem e modelação de figura.
Paralelamente às suas atividades profissionais, desenvolveu a sua veia na prosa, poesia e artes plásticas, com a sua primeira exibição numa exposição nas Caldas da Rainha em 1917.

Nos anos 60 e 70, desenhou para publicar na Gazeta, com poemas que caracterizavam os desenhados, mais de uma centena de perfis

Depois de se reformar da Direção-Geral das Alfândegas, iniciou uma nova atividade profissional como criativo da conhecida Fábrica de Loiça de Sacavém, alargando a sua atividade a outras empresas como Faianças Bordalo Pinheiro e Belo, nas Caldas da rainha, Sociedade de Porcelanas de Coimbra, Cartuja de Sevilha e Porcelanas da Vista Alegre de Ílhavo.
Nos anos 60 e 70, desenhou para publicar na Gazeta das Caldas, com poemas que caracterizavam os desenhados, mais de uma centena de perfis, que a certa altura até serviu para concurso a quem descobrisse o escolhido para tema.
Nesta edição, ainda com o 95º aniversário bem fresquinho, apenas quisemos relembrar este saudoso colaborador da Gazeta das Caldas falecido em 1987, com a provecta idade de 89 joviais anos, que ainda aquando da realização dos IV Encontros Internacionais de Arte em 1977, nas Caldas da Rainha, mostrou a sua eterna paixão pela arte e pelos artistas por mais controversos que fossem.
Escolhemos alguns exemplares de figuras mais conhecidas dos leitores atuais. Alguns já desaparecidos outros ainda entre nós.. Aqui fica a nossa homenagem póstuma.

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