Sabores “fortes” da cozinha alemã na EHTO

0
536

FotoGeralOs sabores da cozinha tradicional alemã foram dados a conhecer no almoço realizado pelos alunos finalistas dos cursos de cozinha e restauração e bar da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste (EHTO), que decorreu no passado dia 19 de Fevereiro.

E começou desde logo com um prato forte. Rollmops, ou arenque de escabeche enrolado, foi a proposta para entrada. Este prato, que na Alemanha também é utilizado para “curar” a ressaca, é tradicional da zona mais fria do país e é feito à base de ácidos. O arenque é marinado em vinagres, sumo de limão e vários aromas, entre eles o zimbro. Este último ingrediente voltaria à mesa mais tarde no prato da carne.

O repasto continuou com peixe, desta feita com um Finkenwerder Maischollen, que é como quem diz solhas fritas à moda de Finkenwerder, que acompanham com batata, outro ingrediente característico da cozinha germânica. Para acompanhar os dois primeiros pratos foi servida um espumante Raposeira.

Para o prato de carne foi escolhido um pernil de porco cozido, com batata e couve (Eisbein). A carne de porco foi confeccionada de forma típica e, normalmente esta é servida com chucrute e salsichas. Neste caso estes acompanhamentos foram omitidos e foi introduzido um “apontamento” de couve à portuguesa, explicou o chef Luís Tarenta. A acompanhar o prato de carne foi servido um vinho tinto Luís Pato, da Bairrada.

E ainda que o chantilly possa lembrar a doçaria francesa, o prato da sobremesa foi o mais característico desta ementa alemã. Tratou-se de uma Schwarzwalder Kirschtorte (tarte de cerejas Floresta Negra), um doce originário da região sudoeste da Alemanha, que nesta ementa não contou com os seus frutos originais, que são mais ácidos, mas com cereja como alternativa. Foi um desafio para os alunos e mais uma execução para o chef Luís Tarenta que, pela internacionalização do prato, já o tem realizado em várias ocasiões.

Nesta ementa tipicamente germânica não apareceu a salsicha, muito característica nos seus pratos. Esta opção foi propositada, tendo a equipa responsável pelo almoço optado por pratos tradicionais das zonas mais pobres daquele país.

O também professor Luís Tarenta explicou que os pratos não tinham uma confecção particularmente difícil, tendo o maior desafio incidido na entrada pois os alunos “estavam renitentes em servir peixe cru”, pela dificuldade na aquisição do arenque fresco nesta época do ano e porque todos os elementos do prato, inclusive os pickles, foram confeccionados na escola.

O almoço temático contou com a participação de 12 elementos da Confraria “Os Comilões de Óbidos”, que aproveitaram o encontro para projectar as fotos e filmes do último encontro, a Terrugem e Vila Viçosa, que decorreu em Janeiro deste ano. O convívio pretendeu ser também uma pequena homenagem ao obidense Luís Garcia, um dos confrades e “padrinho” do director da EHTO, Daniel Pinto, que actualmente recupera de um problema de saúde.

Bruno Nobre, secretário da confraria, disse que, apesar de darem preferência à gastronomia portuguesa, tratou-se de um “almoço muito agradável” e que o surpreendeu positivamente, até porque desconhecia a ementa que o esperava. Este confrade elegeu o prato de carne como o seu preferido, mas reconheceu que também a entrada estava “muito boa”.