Oito activistas que se acorrentaram às guaritas das sentinelas em frente à Assembleia da República, em Lisboa, na passada segunda-feira, 2 de Março, foram retirados pela PSP duas horas depois de terem chegado.
Os jovens foram algemados e colocados dentro das carrinhas celulares da força policial. Quatro foram levados para a esquadra da Lapa e outros quatro para Campo de Ourique.
Os protestantes contaram ainda com o apoio de cerca de 20 manifestantes que se colocaram ao fundo da escadaria de acesso à porta principal do parlamento.
O protesto foi organizado pela Direct Action International e reclamava mudanças na legislação para conceder direitos a todos os animais, sejam ou não de companhia. O grupo pretende que os animais tenham representação legal, que não seja propriedade e que tenham um habitat próprio.
“Temos de incluir todos os animais e acabar com este preconceito que nos diz que alguns são merecedores de direitos e do nosso amor e outros não”, disse à agência Lusa a activista Iolanda Santos.
A activista argumentou que “como não é aceitável ter cães dentro de uma casa onde ninguém lhes dá de comer, o que gera furor nas redes sociais, também não devia ser aceitável ter vacas, porcos, patos e outros considerados comestíveis a serem tratados desta forma”.
“Temos milhares de animais presos em quintas que estão a ser forçados a engravidar, a serem levados para matadouros em condições deprimentes ou a fazerem viagens incríveis de barco sem qualquer assistência”, frisou.
Os activistas consideram que os direitos dos animais que existem actualmente não são suficientes, até porque não abrangem todas as espécies.
“Temos de passar para a fase seguinte, que é desobedecer. Se olharmos para trás na história, todos os movimentos sociais conseguiram mudanças apenas quando os activistas começaram a desobedecer”, afirmou Iolanda Santos.