PS/ÓBIDOS – Milhões de euros recebidos de receitas extraordinárias

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Respondendo às críticas que lhe vinham sendo dirigidas sobre as dívidas bancárias do município o PSD de Óbidos fez publicar na imprensa, há 4 anos, na pré-campanha eleitoral autárquica, que a Câmara tinha a receber de terceiros 10 milhões de euros (uma boa parte deste montante era de receitas extraordinárias de um empreendimento turístico). Este valor, segundo diziam, chegaria e sobraria para pagar as dívidas bancárias do Município, tendo então o PSD acusado a oposição de carecer de conhecimento ou seriedade.
A verdade é que, nestes quatro anos, a Câmara só pagou uma pequena parte dos empréstimos bancários, no montante das amortizações programadas (apenas o mínimo a que estava obrigada), não tendo feito nenhuma amortização especial. Mantém-se uma avultada dívida municipal aos Bancos.

Para além disso, recentemente, a Câmara contraiu mais um empréstimo bancário, de mais de 500 mil euros, por um período de quinze anos, agora à Caixa de Crédito Agrícola, e que só começará a ser pago daqui a dois anos quando possivelmente as estradas que vão ser reparadas com este dinheiro já tiverem novos buracos. Mas as eleições aproximam-se e era preciso fazer algumas reparações…
O Plano de Ajustamento Financeiro do Município de Óbidos, que vai vigorar até ao ano de 2026, não era necessário se a receita extraordinária, no valor de 18 milhões de euros, relativa aos dois últimos alvarás de empreendimentos turísticos (Royal Óbidos e Falésia d’El-Rei) e recebida ao longo dos últimos mandatos fosse utilizada para amortizar as dívidas do Município e também para fazer os investimentos municipais necessários. Também neste mandato, a Câmara recebeu muito dinheiro dum desses empreendimentos turísticos. No fundo, com uma melhor gestão das avultadas receitas extraordinárias teria sido possível amortizar as dívidas do Município, e enfrentar os investimentos a fazer, evitando o recurso a empréstimos bancários. Ou se inevitáveis, em nome do desenvolvimento, que fossem menos elevados e menos onerosos.
Pelos vistos, os créditos de dez milhões que o PSD anunciava há quatro anos não chegaram para liquidar as dívidas municipais, que se alargaram no presente mandato. E, lamentavelmente, quem tinha razão era o PS.
É preciso credibilizar a política. E a política local deveria ser o melhor exemplo. Falar verdade, olhos nos olhos. Fugir a manobras eleitoralistas, que só enganam eleitores menos atentos. São estas atitudes que levam ao afastamento dos cidadãos dos cargos políticos e até do simples direito e dever de votar. Nas últimas eleições autárquicas, não votaram cerca de metade dos eleitores do concelho de Óbidos – é preciso inverter esta tendência, é preciso que todos tomem a palavra quanto aos destinos do concelho e quanto às opções que se fazem na sua gestão.

PS Óbidos