Ao longo das duas últimas décadas as crises humanitárias têm crescido em número, complexidade e severidade, prevendo-se que o seu número continue a aumentar. Por esta razão, agora mais do que nunca, é preciso aumentar substancialmente a ajuda às pessoas necessitadas de ajuda humanitária. A União Europeia não virou costas a esta missão e somos hoje, em conjunto com os Estados-Membros, o principal doador de ajuda humanitária no mundo, um facto de que nos devemos orgulhar enquanto europeus.
A União Europeia está empenhada em dar resposta a estas crises e a fornecer a ajuda humanitária necessária, que tem uma importância vital para milhões de vítimas de conflitos violentos e de catástrofes naturais que ocorrem no espaço da União, mas também no seu exterior. Uma das prioridades da União é a de assegurar que as pessoas carenciadas recebem ajuda humanitária rapidamente e sem entraves, independentemente da sua nacionalidade, religião, sexo ou origem étnica. Parte deste apoio é canalizado para as zonas afetadas através do Mecanismo de Resposta de Emergência da União Europeia, cuja assistência vai desde o envio de bens de primeira necessidade a equipas de especialistas de intervenção ou de salvamento, passando também por postos médicos ou equipamentos. Esta ação salva e protege vidas e é fundamental para evitar ou aliviar o sofrimento humano.
Recentemente, a Comissão Europeia financiou ajuda humanitária de emergência para as vítimas dos terramotos e tsunami que atingiram a Ilha de Celebes, na Indonésia. Além disto, enviou especialistas para coordenar os esforços de socorro da União Europeia e acionou o serviço de emergência do satélite Copérnico para criar mapas que ajudassem as equipas no local. Nestes casos críticos, a Comissão Europeia está ainda pronta a canalizar os apoios suplementares necessários. É o caso, por exemplo, do Afeganistão, país ao qual a Comissão Europeia dedicou um montante adicional de 20 milhões de euros em ajuda de emergência, dado o agravamento da situação humanitária desde o início de 2018 que se deveu, em parte, a uma grave seca que afetou extensas zonas no país. Graças a este financiamento, torna-se possível que muitas organizações humanitárias presentes na região deem resposta às necessidades essenciais mais urgentes.
Estes são exemplos que demonstram como, todos os anos, a assistência europeia chega a mais de 120 milhões de pessoas por todo o mundo. Esta representa apenas 1 % do orçamento total da União Europeia, o que equivale a pouco mais de 2 euros por cada cidadão europeu. É, sem dúvida, uma boa forma de reiterar o valor europeu da solidariedade para com as populações em necessidade. Aliás, esta ajuda humanitária conta com o apoio esmagador dos cidadãos da UE: de acordo com o Eurobarómetro, quase nove em cada dez europeus consideram que a ajuda humanitária financiada pela UE é importante! É fundamental que não deixemos de investir em iniciativas como esta, que nos fazem ter orgulho em fazer parte do projeto europeu.
Sofia Colares Alves
Chefe da Representação da Comissão Europeia em Portugal