MEMÓRIAS XIII

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Rosa Machado
Técnica Superior de Biblioteca e Documentação

Daqui a uns meses passam 530 anos sobre a morte do nosso “Príncipe Perfeito” , D. João II.

Falemos então sobre alguns factos ocorridos no reinado desta figura, não muito conhecida.
“Meu pai deixou-me as estradas de Portugal” terá dito, mostrando não ser o mesmo “mãos-largas” que o progenitor, D. Afonso V.

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Afastou/castigou logo os conspiradores, o que o seu Tio-Avô (o Infante das Sete Partidas) não conseguiu fazer, dada a sua mente escrupulosa.

Modificou o Escudo Real, ficando a ser, com poucas alterações, o que ainda hoje é o Escudo Nacional Português. Eliminou a Cruz verde da Ordem de Avis, sobre a qual, desde o seu antigo Mestre D. João I, assentava o Escudo.

Acrescentou aos títulos herdados o de “Senhor da Guinee”, Aqui, como quanto ao Pelicano, Garcia de Resende não inclui as explicações de Ruy de Pina, que, entre outras palavras, escreve:”…até o tempo de El-rei foi Guiné cousa mui pequena e de pouca estima para Reis dela se intitularem …”.

Em Junho de 1485, mandou lavrar as duas primeiras moedas de ouro: o justo e o espadim. São de lei de 22 quilates, ouro africano. De 23 e 3/4 é a dos cruzados cuja cunhagem foi iniciada por D. Afonso V, e continuada pelo filho, com o fino ouro das aluviões taganas. Fez também reais e meios reais de prata. No justo e seus companheiros já aparece o Escudo Real, orlado de sete castelos, e Dominus Guinee acrescentado. O justo foi assim chamado por causa da inscrição Justus ut palma florebit, no reverso, circundando a figura do rei, de armadura, sentado no trono, com o gládio da Justiça na mão direita. As Crónicas dizem erradamente “cetro”.

D. João II tinha 20 anos quando o Príncipe D. Afonso nasceu, e dias antes D. Leonor, sua esposa fizera 17 .

Pouco se sabe da criancice do filho legítimo. Desse pouco destaca-se a questão das Terçarias de Moura, dado que o Príncipe e a sua prometida, D. Isabel, filha dos Reis Católicos ficaram em Moura, entregues a Dª Beatriz de Viseu, mãe de D. Leonor.
Terçaria significa “caução, depósito em poder de terceiro(s), mas tal vocábulo aplica-se exclusivamente em relação àquele acto político. Resultou este do diploma redigido nas Alcáçovas a 4.9.1479 que pôs fim à guerra entre Portugal e Castela.

Fundou o Hospital Real de Todos os Santos, de que hoje só restam ruínas, visíveis em lojas das ruas circundantes. E qual terá sido o papel de D. Leonor na construção deste Hospital?.
Pela sua morte Isabel “a Católica” terá dito : “morreu o Homem” ….

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