Um elogio por dia, não sabe o bem que lhe faria

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Mónica Gaspar
psicóloga

Se polvilharmos a nossa e as outras vidas com palavras honestas e amáveis vemos desabrochar carinho, amor e pessoas.
Facilmente apontamos o dedo e chamamos a atenção para o que é mal feito, feito à pressa, feito sem brio. Dedicarmos tempo, carinho e amor não merece sorriso, reconhecimento ou brilho nos olhos. É o nosso dever, o que somos pagos para realizar ou fazer acontecer.
Ouvimos (e eu digo), que os portugueses têm grande dificuldade em expressar elogios e mais ainda em recebê-los. Quando se elogia espera-se que alguém queira algo em retorno. Já descarregar críticas, comentários desagradáveis, um meio sorriso é-nos fácil e eu diria, culturalmente bem aceite. A expressão que mostramos e o que dizemos com honestidade e a melhor das intenções, têm impacto nos outros. Temos de ter consciência disto!
Ver com olhar positivo é essencial, assim como olhar para o lado positivo das pessoas, tecendo elogios pelo que são, pelo que dão, dizem ou sentem. Se uma “aldeia” andar feliz, todos beneficiam. E aprender a ouvir e acolher com alegria e felicidade um elogio franco e verdadeiro é primordial e não falta de humildade.
Nas conversas com as crianças ou jovens é onde o elogio pode ter um maior poder e importância. Serve de guia para quais os atos, atitudes, comportamentos ou gestos são os corretos e positivos. Este autoconhecimento é difícil de se conseguir sem as respostas adequadas dos outros.

Ver com olhar positivo é essencial assim como olhar para o lado positivo das pessoas

Por volta, dos 7 ou 8 anos, as crianças deixam de ser otimistas e passam a ser realistas, portanto, devemos saber elogiar, para não sermos uns adultos perfeitos idiotas que elogiam excessivamente e por atos em que a criança sabe que não foi bem-sucedida, ou o superficial (o físico), e aqui são apenas impressões e perceções dos adultos, ou fatores que a longo prazo não são os valores que queremos perpetuar, dando azo ao medo da frustração e da falha. Devemos focar os elogios no esforço, reforçando a confiança em encarar novos desafios. Usar pequenos elogios, porque elogios exagerados não são sinceros e podem parecer manipulação. Sussurrar elogios a outros, todos nós acreditamos mais no que ouvimos por acaso. Dar tempo, permitir que se avalie e aprecie o próprio trabalho, a conquista ou o alcance dos objetivos, mesmo que ache que deva dar a sua opinião de imediato ou que ela é importante, é importante para si ou para ela e é a criança que está a desenvolver o seu próprio senso de realização.
As palavras boas e sinceras aquecem o coração! Se ainda não as ouviste hoje: Boa! Acredito que te esforçaste, dedicaste e trabalhaste. Só tu podes alcançar os objetivos que desejas. Amo-te, de qualquer forma!