Chega quer eleger dois deputados em Leiria

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O candidato caldense (à esquerda) numa acção de campanha
O Chega, partido de direita liderado por André Ventura, quer eleger deputados para a Assembleia da República meses depois da sua fundação. O cabeça de lista por Leiria, Luís Paulo Fernandes, disse à Gazeta das Caldas que um bom resultado neste distrito seria eleger dois deputados.

 

“Um bom resultado em Leiria é eleger pelo menos dois deputados”, disse à Gazeta das Caldas Luís Paulo Fernandes, cabeça de lista do Chega por Leiria.
Luís Paulo Fernandes era deputado municipal em Pedrogão Grande, tendo sido eleito em 2017 como independente com o apoio do PSD. Renunciou, em Agosto deste ano, porque viu “coisas muito graves” feitas pelos principais partidos naquele concelho do norte do distrito. “Esta mudança foi dizer: Chega!, sempre fui mais apoiante da direita, mas é uma direita que se perdeu”, explicou.
Relativamente à questão dos incêndios, afirmou que “perante uma catástrofe não houve competência”, apontando à gestão das dádivas dos portugueses e à falta de reflorestação. “Quando existe uma catástrofe têm de ser criadas comissões independentes com pessoas de diferentes sectores para fazerem relatórios”, defendeu.
Luís Paulo Fernandes considerou que “os políticos tiveram o poder, mas agora chegou o tempo de o entregar ao povo” e que “com movimentos como estes, com pessoas do povo, trabalhadores que não vivem da política, todos vamos viver melhor”.
Luís Paulo Fernandes falou com a Gazeta das Caldas já depois de um percurso que a caravana do partido, liderada por André Ventura, realizou pelo distrito no dia 8 de Setembro e que passou pela Foz do Arelho.
O rosto do Chega, André Ventura, disse que uma das principais bandeiras é o fim das subvenções políticas. “É uma questão da moralização da classe política, porque não podemos andar a pedir sacrifícios aos portugueses e ter políticos a receber subvenções vitalícias e, muito menos, condenados”, fez notar.
“Uma das medidas que queremos implementar é a extinção do Ministério da Educação, por se ter tornado uma agência de empregos, queremos reformulá-lo todo”, defendeu.
Outra bandeira é uma reforma na justiça. “Continuamos a não aceitar o que se tem visto na justiça em Portugal, pedófilos com pena suspensa, homicidas e terroristas quase a passar férias na prisão, queremos acabar com isso, queremos uma justiça efectiva, que seja dura e eficaz que é o que a nossa não tem sido”.
Depois de ter feito um périplo por Leiria, André Ventura disse ter ouvido “preocupações com a mobilidade e os transportes, mas também com a especulação imobiliária na Nazaré e na Foz do Arelho”.
Para André Ventura, um bom resultado seria eleger deputados para a Assembleia da República. “Espero que, tal como nas Europeias, haja uma boa adesão ao Chega aqui no distrito de Leiria, que para nós é fundamental, porque muitos habitantes identificam-se com a maioria das propostas que temos”.
O Chega, tal como o Aliança, podem fazer história, se conseguirem eleger deputados tão pouco tempo depois da sua formação. “Significa que está a haver uma desagregação do sistema político que é importante ter em conta para o futuro”, afirmou André Ventura.
André Ventura faz notar que “as pessoas de direita não deixam de o ser, mesmo quando têm um líder que diz que não tem nada de direita”, pelo que, em zonas tradicionalmente sociais-democratas, como o Oeste, considera que “é normal que haja uma transferência de votos para o Chega e para a Aliança”.

O quarto da lista é caldense

O número quatro da lista é o caldense João Gil Matias, que é armazenista e distribuidor de vinhos. Não tinha qualquer tipo de experiência política, mas decidiu juntar-se ao Chega porque “tem uma série de ideais e ideias” com as quais se identifica.
Considera que nas Caldas ainda há algum desconhecimento relativamente ao trabalho deste partido e identifica problemas como “a sujidade e a degradação das infraestruturas”, especialmente nos parques de estacionamento subterrâneos. Entre as situações que considera críticas está a questão da segurança pública e a gestão da Foz do Arelho, que “parece um filho mal-amado, está ao abandono”, afirmou, criticando as ausências na iluminação, uma conduta que entope e inunda a marginal há vários meses e a falta de dinamização.