Marisa Matias foi à sardinhada do BE e comprometeu-se a ajudar os pescadores da Lagoa

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Gazeta das Caldas
A eurodeputada disse que os precários continuam a merecer a atenção do BE
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A sardinhada do Bloco de Esquerda na margem da Lagoa de Óbidos já uma tradição e a eurodeputada Marisa Matias faz questão de marcar presença. Foi o que aconteceu uma vez mais, no passado dia 15 de Setembro. Ainda durante a manhã os dirigentes bloquistas reuniram com elementos da Associação de Pescadores e Mariscadores Amigos da Lagoa de Óbidos (APMALO).

Chegou antes do almoço porque também tinha que ir embora cedo, mas antes disso Marisa Matias falou aos cerca de 50 convivas para lhes agradecer o trabalho que a delegação de Leiria do BE faz e a preocupação permanente que têm com a Lagoa de Óbidos. A dirigente esteve reunida com o presidente da APMALO, Diogo Franco, e inteirou-se dos problemas da Lagoa e da urgência das dragagens previstas para os braços da Barrosa e Bom Sucesso.

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No entanto, ressalvou que a pressa de salvar a lagoa não pode esquecer as pessoas que dali tiram o seu sustento, especificando que existem, pelo menos, 150 famílias que dependem da Lagoa e que não podem estar sem rendimento durante todo o período em que decorre a intervenção.
“É uma obrigação nossa a de garantir que essas pessoas não são esquecidas neste processo, que é urgente, de recuperação ambiental da Lagoa e da própria região”, disse Marisa Matias.
Também os precários continuam a merecer a atenção do BE. De acordo com a eurodeputada, as medidas legislativas para regularizar a situação dos precários ainda “estão longe de ser cumpridas” pois há pessoas que estão excluídas do processo de integração. O critério das qualificações é “ridículo” no entender de Marisa Matias, tendo em conta que na altura em que começaram a trabalhar a escolaridade obrigatória era o 9º ano e não o 12º, como actualmente, pelo que estão em conformidade com a lei.
“Por isso é que a experiência foi incluída como um critério a ter em conta para a regularização da precariedade”, disse, acrescentando que o BE está a preparar uma proposta legislativa para que aqueles que foram excluídos possam ver o seu posto de trabalho reconhecido.
Marisa Matias falou também da urgência que existe em tratar da política da habitação pois há cidades no país onde as pessoas não podem morar porque os seus salários não lhes permitem pagar a renda. A dirigente bloquista criticou a chamada Lei Cristas (aprovada em 2012 pelo governo PSD/CDS, que permitiu a negociação do aumento das rendas, acelerou os processos de despejo e terminou com os contratos por tempo indeterminado) e defendeu a criação de mecanismos legais de controle da especulação imobiliária.
“Este governo tem a obrigação, não só combater os despejos, como de garantir que exista uma provisão pública suficiente de habitação que permita ter interferência no mercado”, concluiu Marisa Matias.

“É uma luta dura”

Já durante a tarde, as intervenções foram dos eleitos locais pelo BE. Fábio Capinha, deputado municipal em Óbidos, recordou que todos os eleitos deste partido estão em posição minoritária nos órgãos autárquicos e, por isso, “numa relação super fragilizada em relação a maiorias que absorvem todo o discurso político”. Ainda assim, o jovem activista garante que em Óbidos não tem tido medo de apresentar propostas alternativas, lembrando as moções pela redução de IMI e pagamento de derrama por parte das empresas instaladas no concelho, ambas chumbadas.
“É uma luta dura”, concluiu Fábio Capinha, que está a preparar-se para apresentar propostas para os próximos orçamentos.
A deputada municipal das Caldas, Carla Jorge, não pôde participar por motivos de saúde, mas enviou um documento onde fala dos problemas da Lagoa, nomeadamente do sustento dos pescadores durante as dragagens e compromete-se a levar o assunto à Assembleia Municipal.
Carla Jorge referiu-se também ao desinvestimento público que tem sofrido o CHO e que estava previsto que a comissão criada na Assembleia Municipal para ajudar a tratar desses problemas fosse reunir, nos dias 19 e 20 de Setembro, com os grupos parlamentares na Assembleia da República.
O deputado na Assembleia de Freguesia de Santo Onofre e Serra do Bouro, Orlando Pereira, apelou a uma maior votação no BE nas próximas eleições, enquanto que a sua colega da União de Freguesias de Nossa Sra. do Pópulo, Coto e S. Gregório, Mafalda Pedreira, falou sobre as propostas que apresentou, e que foram aprovadas por unanimidade, mas que ainda não foram postas em prática.

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