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Duas árvores de Natal, decoradas com azulejos, que foram pintados por crianças, jovens e seniores de várias entidades caldenses, foram inauguradas a 28 de Novembro, numa iniciativa do Conselho da Cidade, em parceria com a União de Freguesias de N. Srª do Pópulo, Coto e S. Gregório.
Designada Abraçarte, a iniciativa uniu a celebração natalícia com a vertente lúdica que a cerâmica pode ter.
“Queremos promover a inclusão de algumas franjas da sociedade e sensibilizar a comunidade e promover o respeito pela arte cerâmica, uma actividade importante para as Caldas”. Palavras de Ana Leal, a presidente do Conselho da Cidade, durante a inauguração das duas árvores que decorreu no CCC, junto à pista de gelo.
Ao todo perto de 300 pessoas colaboraram nesta iniciativa. “Fazemos um esforço para incluir pessoas da comunidade com mais dificuldade em participar em iniciativas públicas”, acrescentou a responsável explicando que foram convidados a participar seniores, crianças e jovens de entidades como de vários lares da cidade, do CEERDL, da Misericórdia e da prisão. E não lhes faltou criatividade para decorar os azulejos.
Além dos habituais motivos natalícios, há uma série de situações retratadas onde são os afectos que estão em destaque. Entre os participantes houve também quem tenha preferido escrever poemas ou propor paisagens que agora podem ser apreciadas nas árvores, agora colocadas na Rua das Montras, onde o projecto tem mais visibilidade.
Com esta iniciativa “queremos muito abraçar a nossa arte actual”, isto é “com a que se produz actualmente”. Com isto “esperamos que a cidade não viva do passado mas que se possa preocupar com o presente e com o futuro”, disse Ana Leal. A presidente salientou também que há vários ateliers e ceramistas nas Caldas que são um potencial a valorizar, sobretudo quando as Caldas são uma cidade criativa da Unesco. Na sua opinião, esta distinção “deve ser um tema central para o desenvolvimento urbano”.
Interagir é fundamental
Sónia Silva e Manuela Cardenas são utentes do Centro de Educação Especial e ambas pintaram azulejos para as árvores. A primeira desenhou um Pai Natal e um presépio enquanto que Manuela, além do velhinho das barbas dedicou-se a reproduzir decorações natalícias. Ambas gostaram de participar neste projecto.
Orlanda Ferreira, técnica de trabalhos manuais do CEERDL salientou a importância destas iniciativas que envolvem vários públicos. “A interacção com a sociedade e com as outras escolas é fundamental”, disse a responsável acrescentando que há públicos “que são injustamente esquecidos”.
Catarina Costa, técnica da Misericórdia afirmou que “toda a infância da S.ta Casa está aqui representada”. Jovens e crianças dos vários espaços gostaram de participar na pintura cerâmica e de poder fazer parte da iniciativa comunitária. “Toda a gente gosta de ver os seus trabalhos expostos na rua”, rematou a técnica.
Por seu lado Bruno Prates também foi convidado a colaborar. Quarenta alunos da sua Academia de Desenho fizeram vários trabalhos, tendo feito primeiro o desenho e a ilustração e só depois é que transpuseram para o azulejo. “Identificámo-nos com o projecto e reflectimos sobre qual é o valor de um abraço”, disse o cartoonista acrescentando que os seus alunos vão agora voltar a querer mostrar os seus desenhos aos familiares, sendo mais um pretexto para visitar a cidade nesta época de Natal.
Vítor Marques, presidente da União de Freguesias, uniu-se mais uma vez ao Conselho da Cidade e e apoiou a celebração natalícia em ligação com a tradição cerâmica. O autarca sublinhou o facto de Abraçarte ter colocado a comunidade a trabalhar em conjunto numa época em que se celebra a cooperação e a solidariedade.
No Abraçarte colaboraram também o Centro de Apoio aos Idosos dr. Ernesto Moreira, o Centro de Desenvolvimento Comunitário do Landal, o Condomínio Residencial Montepio Rainha D. Leonor, a Turma B3 e Ensino Secundário do Estabelecimento Prisional, a Turma PFOL (Português para Falantes de Outras Línguas) da Escola Rafael Bordalo Pinheiro.
