A Semana do Zé Povinho

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Em fim de mandato e sem possibili
dade de se recandidatar ao municí
pio das Caldas da Rainha, o Dr. Fernando Costa não se cansa de fazer declarações ousadas e inabituais em relação ao que era o seu comportamento em anos anteriores.
No congresso extraordinário da Associação dos Municípios, em Santarém, no passado fim de semana, Zé Povinho pode ouvi-lo a gritar que o povo português “está farto de pagar impostos” seja ao Governo seja às autarquias, opondo-se alto e bom som contra as propostas de criar novas taxas a favor dos municípios.
Já no congresso do PSD o Dr. Fernando Costa se tinha rebelado contra o IMI considerando que era “um perigo que aí vem”.
O autarca, depois de apoiar a manifestação da CGTP contra o governo do seu próprio partido, referiu que “hoje, em Lisboa, e bem, milhares de pessoas manifestaram-se contra o Governo. Amanhã, centenas de pessoas vão bater à porta da Câmara de Caldas por estar a levar mais pela água, pelo lixo e pelo IMI e por tantos outros impostos, e com razão”.
Zé Povinho está totalmente de acordo com o presidente da Câmara das Caldas, mas também acha que esta preocupação para não aumentar impostos ou taxas, não pode servir de justificação para a cidade e o concelho das Caldas funcionarem com serviços mínimos, em que as limpezas sejam mínimas, a promoção da cidade esteja reduzida a zero e o funcionamento da autarquia seja ineficiente por falta de pessoal capacitado.
Em tudo deve haver uma medida de retorno da despesa ou investimento feito, que crie uma dinâmica de desenvolvimento que crie novo emprego e mais actividade económica.
Contudo, atendendo ao momento que Portugal está a viver, a posição do Dr. Fernando Costa em relação às novas taxas parece acertada e merece o elogio de Zé Povinho.

Devido à sua origem, Zé Povinho tem
um alto sentido de humor. E este
fim de semana teve razão para rir ao máximo! Não é que, no meio da grave crise que os portugueses atravessam e que a muitos dá vontade de chorar, veio um consultor do governo dizer que os empresários que recusaram a TSU, são “ignorantes” e que não passariam no seu 1º ano de faculdade?
O dito consultor, António Borges de seu nome, falava no I Fórum Empresarial do Algarve e teve a sorte de só ter desses empresários ignorantes que não o fizeram engolir aquelas palavras. As reacções não tardaram e a maioria delas foi diplomática, mas o dito consultor não se coibiu de responder ao que chamou de “insultos”.
O Dr. António Borges sabe que a melhor defesa é o ataque, mas não evita que muitos portugueses veja nela o verdadeiro primeiro-ministro, que diz alto e bom som aquilo que o Dr. Passos Coelho não tem coragem de dizer e apenas o diz por meias palavras.
Zé Povinho acha que figuras como a do Dr. Borges são o melhor que há para o anedotário nacional e para os humoristas de serviço, que imediatamente ganham matéria para as próximas caricaturas nacionais.
Não fosse a situação tão grave para grande número de compatriotas do Zé Povinho – quais zépovinhos sem cheta e com as mãos a abanar – e estas histórias até podiam ter alguma graça. Ainda por cima vindas da boca de alguém a quem os contribuintes pagam uns milhares de euros mensais para ele pensar o futuro nacional, a meias com a reflexão do futuro da maior fortuna do país.
Quantas voltas dará na sepultura Bordalo Pinheiro por não poder estar cá hoje, para desafiar com a sua pena todos estes figurões?
Zé Povinho acha ainda mais piada aos putativos apoiantes das ideias de António Borges, apenas implorando para que eles mostrem as suas folhas de impostos…