José Luiz Almeida e Silva
Estive no estrangeiro há dias, em países onde é tradicional a realização de mercados ao ar livre nos centros das cidades, tendo tentado fazer uma análise comparativa com a centenária Praça da Fruta.
Das tendências que se observam nesses mercados que transbordam de animação e de clientela, é que os vendedores acrescentam valor aos produtos, ou seja, em vez de venderem produtos que retiram da terra, juntam-lhes características, como portadores de sabores regionais, marca de produção sustentável ou artesanal ou biológica, venda de artesanato e forte aposta no marketing visual. E tentam que os consumidores provem ou levem especialidades regionais trabalhadas pelos próprios produtores. Podem dizer que os produtores locais não têm capacidade para o fazer, mas isso obrigará a ganhar dimensão e escala, utilizando outros meios de venda como caravanas. Tal não exclui os pequenos e pequeníssimos produtores que têm de apresentar aspetos que os diferenciem positivamente.
Em vez de se insistir em estruturas rígidas e custosas na montagem e desmontagem, mesmo que seja a forma de substituir formas anteriores anacrónicas, privilegiam estruturas flexíveis, coloridas e funcionais. O pagamento por meios digitais e de cartões bancários é generalizado e a facilitação de estacionamentos nas imediações fundamental, apesar de na maioria desses países, o trânsito rodoviário urbano se tenha reduzido imenso.
No mercado caldense verificam-se algumas experiências inovadoras emergentes, de alguns vendedores em parte estrangeiros, e até a proposta ou “oferta” de sacos com o lema que escolhemos para título.
Mas no mercado do peixe não se justificaria juntar igualmente o consumo de produtos com base no mar, como nos mercados europeus e também portugueses (Cascais, por exemplo) se faz? ■