A recuperação dos edifícios em frente à ESAD e à antiga EDP (que será o novo hospital do Montepio Rainha D. Leonor) tem avançado a bom ritmo, tendo agora sido suspensa

Um caso confirmado de covid-19 nas obras do empreendimento Caldas Terrace, em frente à antiga EDP (onde será o novo hospital  do Montepio Rainha D. Leonor), motivaram a paragem dos trabalhos, na semana passada. Cerca de uma centena de trabalhadores ficaram em quarentena. Depois de testados todos os operários, foi detectado um segundo caso. A retoma dos trabalhos só deverá ocorrer quando for dada “luz verde” por parte dos responsáveis do Agrupamento dos Centros de Saúde (ACeS) Oeste Norte

A obra de construção do Caldas Terrace, um empreendimento residencial na entrada Sul da cidade das Caldas da Rainha, foi encerrada pelas autoridades de saúde na passada semana, após ter sido identificado um caso de infecção por coronavírus entre os trabalhadores.
O caso foi detectado no dia 31 de Maio e logo a 2 de Junho começaram os testes aos cerca de 100 operários.
Os testes foram realizados dividindo os trabalhadores em dois grupos, um dos quais realizou as análises logo na terça-feira, 2 de Junho, sendo que o outro fez os testes de despistagem já na quinta-feira, dia 4.
Destas análises viria a confirmar-se um segundo caso positivo, confirmou à Gazeta das Caldas a Finangeste SA, um fundo de investimento que adquiriu o imóvel e avançou com as obras de requalificação do mesmo em 2019.
“Trata-se de um trabalhador que coabita com o primeiro caso detectado”, esclareceu o fundo de investimento, através do seu gabinete de comunicação.
Assim que foi detectado o primeiro caso positivo, “todos os trabalhos foram interrompidos e os trabalhadores foram colocados de imediato em quarentena de 15 dias”, esclareceu a empresa.
O retomar dos trabalhos no terreno “apenas ocorrerá quando houver luz verde dos responsáveis de saúde do ACeS Oeste Norte”, informaram, acrescentando que “está agora em discussão a estratégia de retoma dos trabalhos”.
Segundo a Finangeste, já antes da detecção deste caso tinham sido definidas algumas medidas para garantir a segurança nas obras em curso, nomeadamente “o distanciamento entre trabalhadores, redução do número de trabalhadores em obra, criação de diversos pontos de desinfecção e medição de temperatura à entrada da obra”.

TRANQUILIZAR A POPULAÇÃO DAS CALDAS

O fundo de investimento lisboeta realçou que foi “fundamental a assistência prestada pela ACeS Oeste Norte” e deixou “uma nota de agradecimento a todos os profissionais de saúde que têm auxiliado neste momento”.
A mesma fonte refere ainda que “tem sido um trabalho conjunto para evitar a propagação do vírus”.
“Queremos deixar a população de Caldas da Rainha tranquila de que estamos a desenvolver todos os esforços para seguir as directivas dos profissionais de saúde garantindo a segurança de todos os trabalhadores”, realçou o gabinete de comunicação da Finangeste.
Esta é uma obra que tem um investimento previsto a rondar os 10 milhões, incluindo a aquisição do imóvel, no estado em que então se encontrava. O imóvel estava numa carteira de créditos mal-parados do Banco Santander, depois de o banco ter ficado com esta propriedade, o que ocorreu após a falência do empreiteiro. O empreendimento esteve mais de uma década ao abandono, tendo sido roubado e vandalizado, até entrar numa nova fase, com a aquisição e reabilitação.

SEM CADEIAS DE TRANSMISSÃO ACTIVAS

À margem do primeiro caso confirmado nesta obra, e contactado pela Gazeta das Caldas, o presidente da Câmara, Tinta Ferreira, explicou que a maioria dos novos doentes confirmados até à passada quarta-feira, 3 de Junho, são “importados”, o que significa que não está identificada qualquer cadeia de transmissão local.
“Na maioria, são pessoas que residem no concelho, mas que trabalham fora”, sustentou o chefe do executivo municipal.
O edil reforça que, mesmo assim, isto indica que a doença está no concelho e, por isso, “temos que ser cuidadosos”.