Teatro vivo na escola de S. Martinho do Porto

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Teatro - Gazeta das Caldas

O Grupo de Teatro da Universidade Sénior de Alfeizeirão, nasceu na Santa Casa da Misericórdia da vila e começou a dar os primeiros passos há cerca de três anos. O primeiro espetáculo desta época teve estreia na Associação Recreativa de Valado de Santa Quitéria, no final do mês passado, tendo como público, maioritariamente, utentes de várias Santas Casas da Misericórdia e Universidades Seniores do Oeste.

Na passada sexta-feira, 15 de junho, pelas 14 horas e 30, o Grupo voltou a representar, agora no Auditório do Agrupamento de Escolas de São Martinho do Porto. Desta vez, o público-alvo foram os alunos, quer dos cursos regulares (básico e secundário), quer os formandos do curso de Português para Falantes de Outras Línguas. Além deles, contou-se também com a presença de muitos convidados e representantes da comunidade.
Mais uma vez, o público pode assistir a uma trilogia dramática: em primeiro lugar, foi apresentada uma encenação do poema “A invenção da água”, de Mário Henrique Leiria. Seguiu-se um sketch intitulado “A rica e a pobre”. Por último, assistimos à peça principal: “Um dia singular no universo ou Se as estrelas falassem”, um texto da autoria de Marie-Christine Noto Petzelt que também dirige os atores. Esta ex-aluna da Escola, de origem francesa, é a responsável pelas aventuras que, em palco, se partilham com o público!
A paz, como a grande utopia que a humanidade não se cansa de perseguir, é o tema aglutinador dos textos dramatizados. Como um manifesto contra a apatia, a recusa do cliché de que os velhos já não servem para nada, podemos admirar o trabalho dos 9 atores que nos transportam para um universo encantatório, que arrasam os nossos preconceitos e nos fazem acreditar no valor do ser humano.
De salientar a determinação e empenho dos atores deste grupo sénior tão heterógeno. Dele fazem parte jovens aposentados de várias nacionalidades: francesa, inglesa, belga, martiniquense e ruandesa que aprendem português na Escola.
No final de cada espetáculo, não duvidamos – os objetivos que presidiram à criação do grupo são alcançados! Eles querem manter-se ativos, exercitar a memória, preservar uma boa saúde física e mental. Por outro lado, da parte dos “falantes de outras línguas”, alguns deles a viverem em Portugal há pouco mais de um ano, o confronto com a aprendizagem da nossa língua, num encontro de imaginários e culturas diversificadas, não se apresenta como um desafio menor.
Não será o teatro uma língua de convergências, uma linguagem que sabe bem experimentar? Nele, a fala sai-nos do corpo, construímos mundos que são e não são, gritamos desejos silenciados e abraçamos ideais que nos transformam em guerreiros de novos e mágicos horizontes.
Que viva o teatro! Que vivam os atores!
O espectáculo continua!

Agrupamento de Escolas de São Martinho do Porto