A admiração por Portugal

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José Luiz de Almeida Silva
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Em tempos de (mais uma) crise em Portugal, devido à queda do governo, na sequência de uma série de “peripécias”, palavra bondosa para caraterizar o que se passou, calhou-nos por acaso estar fora do país por estes dias. Falo do Peru, um dos países que a história marcou mais profundamente, onde visitei, uma estância arqueológica com cinco milénios onde existiu uma importante civilização, como a do Egipto, da Mesopotâmia, etc.

Houve assim nos Andes um importante centro urbano milenar só estudado há 30 anos. Trata-se de Caral, numa região a 200km da capital Lima. Aqui existiu o que chamam uma Cidade Sagrada que serviu de modelo para muitas outras criadas na América. Caral é Património da UNESCO desde 2009 e declarado o centro urbano mais antigo do Novo Mundo, havendo estruturas dessa época como pirâmides, anfiteatro, locais de culto, restos de habitações, etc.

Mas o que tem isto a ver com o problema português e a história que queríamos contar? No período que passámos ali encontrámos uma criança com menos de 10 anos, envergando uma camisola do SCC com o nome de Ronaldo e com os logotipos do BES e da PT, empresas de triste memória, sabendo-se o que aconteceu na última década. Mas mais interessante foi quando me dirigi ao jovem para lhe dar um azulejo caldense, juntou-se família e colegas ao meu redor que, manifestando a sua admiração por Ronaldo e por Portugal, querendo fazer fotografias para recordação.

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A moral da história que quis tirar foi que um fenómeno mediático de um jogador de futebol, para que eu nem tenho dado grande relevo, consegue promover o nosso país tão longe e em lugares tão recônditos, onde existe uma imagem de um país considerado, quando os próprios portugueses tão o maltratam como se irá ver nestas eleições.

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