2024 foi mais um ano positivo para as exportações de bens das empresas do Oeste, que registaram novo máximo histórico. As vendas para o estrangeiro atingiram os 1,69 mil milhões de euros, com um crescimento de 2,1% em relação ao ano anterior. A região apresentou ainda uma melhoria no saldo da balança comercial, devido a uma ligeira redução das importações. As exportações cobriram 86,7% das importações.
Este foi o quarto ano consecutivo de crescimento do Oeste nas exportações de bens, num fluxo que só tinha sido interrompido em 2020, o primeiro ano da pandemia de covid-19. Mesmo assim, não deixa de ser de assinalar a desaceleração verificada. Os 2,1% de crescimento registado no ano passado surge após os 7,2% registados no ano anterior, que sucederam a dois anos a crescer acima dos 10%.
Além do crescimento das exportações, é de assinalar a redução da dependência do mercado da Europa Comunitária, para o qual as vendas reduziram 1%, mas ainda acima dos mil milhões de euros. As vendas para os mercados extra comunitários cresceram 8,4%, para 606,8 milhões de euros.
Os três setores-chave não só mantiveram, como reforçaram o seu relevo. O setor dominante é a indústria alimentar (342,5 milhões de euros), seguido da produção vegetal (319,9 milhões de euros) e a indústria de máquinas e peças (305,9 milhões de euros). Todos estes cresceram acima dos 5%. As frutas e hortícolas representam, juntas, perto dos 310 milhões de euros e cresceram, respetivamente, 3,6% e 12,2%.
Os setores seguintes não só ficam longe dos números dos três primeiros, como registaram quebras nas exportações. As exportações de produtos de origem animal caíram 11,5% para 166,9 milhões de euros. O material de transporte também baixou as exportações, 5,3% para 140,8 milhões de euros. Os metais e suas obras reduziram 1% para 93 milhões de euros. Este inclui a cutelaria, que recuou 6,9% para 36,9 milhões de euros. A cerâmica também viu as vendas para o estrangeiro caírem, 8,6% para os 89,4 milhões de euros.
Torres Vedras lidera entre os concelhos da região, com 485 milhões de euros, à frente de Alcobaça e Alenquer, que ficam acima dos 300 milhões. Caldas da Rainha é o quarto concelho mais exportador, com um crescimento de 38,1%.
No sentido inverso, a região importou bens no valor de 1,95 mil milhões de euros, registando uma quebra de 0,7%. Esta inversão interrompe três anos de consecutivos de crescimento das importações, que atingiram 1,967 mil milhões em 2024. A descida das importações do Oeste acontece em contraciclo com o país, que registou um aumento de 2,1% nas compras de bens nos mercados internacionais.
Torres Vedras é também o concelho da região que mais importa, tendo atingido os 710 milhões de euros, com um decréscimo de 2,7% face ao ano anterior. As importações de Torres Vedras são quase o dobro do segundo concelho mais importador da região, Alenquer, que cresceu 14% para os 371 milhões de euros. Seguem-se Alcobaça (255 milhões), Caldas da Rainha (135 milhões) e Peniche (127 milhões).
É ainda de registar que sete dos 12 concelhos reduziram as importações face a 2023 e apenas Torres Vedras ficou longe de uma descida de 10%. O Bombarral foi o que mais baixou, cerca de 20%. As subidas ficaram entre os 5,3% de Peniche e os 14% de Alenquer.
O saldo da balança comercial da região em 2024 cifrou-se em -259,5 milhões de euros.