Já a minha Avó me dizia

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CCC – Dez anos é muito tempo…

Dez anos é muito tempo, já dizia o Paulo de Carvalho, em 1980, no seu álbum “Até me Dava Jeito”.
Muitos Dias, muitas horas a cantar, 10 anos é muito tempo.
E isto a propósito do aniversário dos Dez anos do Centro Cultural e Congressos das Caldas da Rainha.

Numa cidade de 25 mil habitantes, num concelho com pouco mais de 50 mil habitantes, a existência de um equipamento cultural desta dimensão é um marco.
Decorrido este período de tempo, julgo que se deveria fazer um balanço e abrir o debate.
A própria Gazeta das Caldas poderia colaborar, a Culturcaldas organizar, um debate sério sobre os dez anos passados do CCC, mas, também, uma discussão sobre os próximos dez anos.
Não estão em causa pessoas, mas apenas projetos…
Da programação, à interação com a cidade, com outras organizações culturais locais, com as gentes das aldeias, etc.
Certamente, que ainda hoje, existem pessoas que por diferentes motivos, nunca entraram no Centro Cultural e Congressos das Caldas da Rainha.
Não me recordo, em dez anos, de ter havido um programa cultural que trouxesse as pessoas das aldeias ao Centro Cultural e de Congressos.
“Ninguém fica para trás” um mote, por exemplo, de um projeto.
Aqui fica o desafio aos programadores culturais.
Certamente que existirão subsídios comunitários que se enquadrarão neste tipo de projeto.
Nestes dez anos é óbvio que existiram momentos marcantes, mas também, fiascos.
Mas não é isso que está em causa.
Em primeiro lugar, o que se devia debater é saber se a programação, por exemplo, será apenas para as elites, com dias da música, fantásticos, pela Orquestra Metropolitana de Lisboa, ou também, abrir as portas às diferentes Colectividades, Associações do concelho….haver maior ligação com a Comunidade.
Por outro lado, sabemos que não é fácil a interação com outras comunidades. Com outros concelhos. Mas o Centro Cultural e de Congressos deveria ter sido o motor de desenvolvimento cultural da Região.
Pela sua dimensão, pela sua qualidade técnica. Aqui também a Oeste Cim (Comunidade Intermunicipal do Oeste) deveria ter uma palavra.
Conhecemos múltiplos exemplos de festivais, Ópera, Música, Jazz, etc. que, abrangendo uma comunidade maior, ganharam uma dimensão, mesmo internacional.
Caldas da Rainha como cidade das artes, que pretende ser, merece.
Dez anos é muito tempo ou não. O futuro o dirá.

Jacinto Gameiro
jacintogameiroadv@gmail.com

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