Jornal escolar

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Maria do Céu Santos
Professora

Na semana em que a Gazeta comemora os 95 anos, encontrei no sótão dos meus pais um exemplar dum Jornal Escolar editado pela Associação de Estudantes da Escola Rafael Bordalo Pinheiro. Lá dentro, temas escolares, informações, notícias e… uma entrevista ao jovem presidente do conselho diretivo Luís Sá Lopes.
Há uma óbvia relação entre um jornal local como a Gazeta e um Jornal Escolar: ambos se destinam a uma comunidade que se identifica por laços de proximidade e interesses comuns.
No caso do Jornal Escolar, é destinatária da sua mensagem toda a comunidade educativa, envolvendo alunos, professores, funcionários e pais. Que pena ter-se perdido essa tradição! Tantas vezes na colaboração com o Jornal Escolar se revelavam vocações de alunos que mais tarde se tornavam jornalistas ou escritores.
Um jornal em que os estudantes dão notícia da sua Escola, expondo as suas preocupações, as suas ideias e até mesmo as suas críticas e reivindicações, é um inestimável fator de coesão da comunidade escolar.
A crise do Jornal Escolar não pode deixar de estar relacionada com a proliferação das redes sociais, onde todos têm voz mas ninguém se ouve.
A facilidade de colocação e de divulgação universal de fotos, vídeos e mensagens nas redes sociais torna-se ruído informativo, espuma do tempo, não substituindo a perenidade do Jornal em papel e tinta.
Além do mais, esta forma de comunicação dos tempos modernos é extremamente volátil. Qual o post que duraria mais de quarenta anos, para mais tarde nos trazer notícias da Escola num tempo longínquo?
No Agrupamento de Escolas Rafael Bordalo Pinheiro, é entre os mais pequenitos que circula um Jornal Escolar feito pelas Educadoras dos Jardins de Infância do Agrupamento. Chama-se Andarilhando e nele dá notícia dos caminhos percorridos pelos petizes na Escola e fora dela. Esta publicação vive do entusiasmo e do envolvimento da comunidade educativa, particularmente dos pais, que sempre apadrinharam o projeto e que o estimulam através da compra do Jornal.
Fica o desafio: compre e leia. À venda numa junta de freguesia perto de si, por apenas “2 letras” como diz a capa.

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