Não vejas tudo a preto e branco

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Joaquim Duarte
Joaquim Sobreiro Duarte Coach Transformacional e Terapeuta -joaquimduarte@yesdpeople.pt
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Joaquim Sobreiro Duarte
Facilitador de Aprendizagens e Coach Carreiras Profissionais e Liderança

Vivemos numa era em que a polarização de ideias, sentimentos e opiniões se tornou quase um padrão. As redes sociais amplificam as vozes mais extremas, os debates tornam-se confrontos, e o pensamento crítico é frequentemente substituído por julgamentos imediatos. Neste cenário, o apelo para que não vejamos tudo a preto e branco é mais relevante do que nunca.

Ver o mundo a preto e branco é cair na armadilha da dicotomia: ou é certo ou é errado, ou se está do lado A ou do lado B, ou se é bom ou mau. Esta visão simplista pode ser reconfortante, porque nos dá a ilusão de segurança e clareza. No entanto, a realidade é quase sempre mais complexa. As pessoas, as situações e os dilemas da vida existem, na sua maioria, numa vasta gama de tons de cinzento.

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Quando pensamos em relações humanas, por exemplo, torna-se evidente que ninguém é completamente bom ou mau. Todos temos virtudes e falhas. Classificar uma pessoa com base em um único erro ou uma única atitude é injusto e perigoso. O mesmo se aplica às nossas próprias decisões: muitas vezes tomamos decisões difíceis, com base no que sabemos no momento. Julgar essas escolhas com uma lente rígida pode gerar arrependimentos desnecessários.

Na política, esta visão dualista alimenta a divisão. Em vez de procurar pontos em comum, a sociedade tende a escolher lados como se estivesse num campo de batalha. Mas o verdadeiro progresso nasce do diálogo, da empatia e da capacidade de reconhecer valor em opiniões diferentes das nossas.

Na arte, na cultura e até na ciência, a inovação surge justamente quando se exploram os tons intermédios, quando se aceita que há espaço para dúvidas, para perguntas sem resposta imediata, para interpretações múltiplas. Ver o mundo a cores, ou pelo menos em diferentes tonalidades, permite-nos ser mais compreensivos, mais criativos e mais humanos.

Adotar uma visão mais colorida do mundo não significa viver na indecisão constante. Pelo contrário, significa tomar decisões mais informadas, mais ponderadas e, muitas vezes, mais justas. É preciso coragem para admitir que nem sempre temos razão, que há coisas que ainda não compreendemos, que o outro pode ter um ponto de vista válido.
Em última análise, recusar ver tudo a preto e branco é um convite à maturidade emocional e intelectual. É reconhecer que a vida, com toda a sua complexidade, exige de nós mais do que respostas fáceis. Exige sensibilidade, abertura e, sobretudo, humanidade.

Permite-te colorir a vida de forma Simples, sem julgamentos para que seja Poderosa e que tenha muito Significado.

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