Está em curso a reorganização do funcionamento da Casa de Saúde, tendo a administração aproveitado a substituição da Direção Clínica para tal. “É prioritário reorganizar o Serviço de Atendimento, alargando a sua capacidade de resposta, bem como aumentar a oferta das Consultas Associativas”, referiu o presidente do Conselho de Administração, Paulo Ribeiro, na assembleia geral, realizada no dia 28 de fevereiro, no novo edifício da instituição (antigas instalações da EDP, na entrada Sul da cidade), com a participação de cerca de 30 associados.
Na Casa de Saúde a aquisição de novos equipamentos vai possibilitar a realização de exames em contexto de consulta, nomeadamente nas Especialidades de Urologia, Cardiologia e Cirurgia Vascular, que “até agora não podiam ser realizados devido à falta desses mesmos equipamentos”, disse Paulo Ribeiro, acrescentando que “a dinamização do Bloco Operatório é igualmente prioritária, devendo ser retomada e alargada a atividade cirúrgica de oftalmologia e admitidos novos médicos que realizem cirurgia”.
O presidente do CA nota que para “fazer face ao aumento dos custos de funcionamento previstos, nomeadamente, o impacto que o novo aumento abrupto do salário mínimo nacional representará no exercício de 2025 e a perspetiva de um elevado aumento já comunicado pela maioria dos fornecedores, não nos resta outra alternativa que não seja a de aumentar os preços dos serviços disponibilizados durante este ano”.
As convenções com o SNS estão a ser analisadas. Por exemplo, a Unidade de Cuidados Continuados é para manter, pelo menos, por agora. No entanto, a administração está a ponderar a convenção relativa à Medicina Física e Reabilitação, dado que tem uma procura muito elevada por essa via, causando listas de espera, mas “o principal desafio é o subfinanciamento, uma vez que os valores pagos não cobrem os custos operacionais”. Por outro lado, o serviço tem registado um “aumento da procura de doentes particulares, de seguradoras e associados”.
Na ERPI e no Centro de Dia a ocupação é praticamente plena, bem como nas residências assistidas, onde “por força dos aumentos previstos da taxa de inflação e o agravamento dos gastos com o pessoal, decorrentes do aumento abrupto do salário mínimo nacional, é determinante a atualização do valor da mensalidade dos serviços prestados, procedendo-se ao maior ajuste registado de um ano para o outro, na expetativa de alcançar o equilíbrio financeiro da resposta social”. É que este serviço “está deficitário há muito tempo”.
No condomínio residencial serão colocadas em venda 5 frações de tipologia T0 a um valor médio de 127 500€, sendo o valor da alienação utilizado para amortização de dívida. E nessa área há ainda um projeto para a construção de um novo Condomínio Residencial no terreno do atual parque de estacionamento. Esse equipamento “continua a ter uma taxa de ocupação, durante o dia, muito próxima do limite”, frisa, notando que isso “provoca alguns constrangimentos na fluência do trânsito nas artérias subjacentes, provocado pelos condutores”. Para mitigar esses efeitos, aumentaram em 20% o preço por hora, instalaram uma placa com indicações e têm o registo de ocupação em tempo real nas plataformas eletrónicas fornecidas pela Via Verde.
USF modelo C
A criação de uma nova Unidade de Saúde Familiar modelo C, em parceria com a Unidade Local de Saúde do Oeste, é um dos grandes objetivos para este ano e, após a submissão de interesse, o Montepio está a aguardar mais informações para formalizar a decisão. Já relativamente à construção do novo hospital, outro dos grandes objetivos, referiu que “o projeto anteriormente aprovado foi alvo de uma reavaliação, tendo sido tomada a decisão de redimensionar o mesmo” e que está “neste momento em fase de conclusão o projeto para uma unidade de menor dimensão”.
A continuação da transição digital e a redução do impacto ambiental (com o lançamento do Plano do Montepio para a Mitigação das Alterações Climáticas) são também metas, num ano em que se prevê a redução de sete recursos humanos na estrutura.
Outra das novidades é a criação da figura do Gestor Mutualista, “responsável por fazer a ligação entre o Associado e a Associação, não apenas em questões relacionadas com a Associação, mas sobretudo dando apoio nas diferentes áreas e serviços que prestamos, desde a marcação de consultas e exames, pedidos de esclarecimento, informações sobre os protocolos, descontos e benefícios a que têm direito”. O objetivo é “mudar o paradigma da relação entre a associação e os associados”.
O lançamento da App Montepio, que foi candidatada ao PRR e aprovada, está a aguardar o financiamento.
Com uma expetativa de receita consolidada das várias valências a rondar os 9,3 milhões de euros, o resultado líquido previsto pela administração para o Montepio Rainha D. Leonor este ano é de um prejuízo superior a 134 mil euros.
As remunerações da direção também foram aprovadas, mantendo-se em 2500 euros mensais para o presidente e 2000 euros para cada um dos vogais.
O Montepio Rainha D. Leonor tem sete mil sócios, emprega 240 colaboradores e 100 prestadores de serviço, tem um impacto direto na economia local na ordem dos 10 milhões de euros anuais e gera benefícios em saúde aos associados num valor superior a 1 milhão de euros.