PS/ÓBIDOS | Os cartazes do PSD e o desemprego no concelho de Óbidos

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O PSD Óbidos escolheu como primeira mensagem eleitoral, divulgada por cartazes afixados no concelho, a descida do desemprego na ordem dos 41%, fazendo sua esta conquista.
A descida do desemprego é sempre de saudar. Vejamos, porém, como se deve ler e descodificar esta mensagem, clarificando a situação em Óbidos e na região.
Não existem estatísticas recentes do desemprego a nível concelhio feitas pelo INE ou qualquer outra entidade. Não se pode, portanto, falar de taxa de desemprego concelhia, nem calcular a sua diminuição anual. Existe sim o registo dos desempregados inscritos nos centros de emprego, por concelho. Se, por exemplo, compararmos os desempregados inscritos em Maio de 2013 e em Maio de 2017, em toda a área de abrangência do Centro de Emprego de Caldas da Rainha, verificamos que existe uma acentuada descida. Em Óbidos, desceram de 624 para 323 os inscritos no serviço público de emprego, quase 50%. Descida igual à de Caldas da Rainha e até menor do que em outros concelhos vizinhos.
Em Maio de 2013 estava-se no auge da crise, em Maio de 2017 felizmente estamos a ultrapassá-la, o que se começou a evidenciar no Governo de Passos Coelho e que tem vindo a consolidar-se com o atual Governo. Por isso se passou de uma taxa de desemprego no país de mais de 16% em 2013, para uma taxa 9,5%, segundo os últimos dados.
A descida dos números dos desempregados inscritos em Óbidos felizmente ocorreu em todo o país e na nossa região. Por isso, a taxa de desemprego nacional desceu como desceu. Ainda bem. Foi a inversão do ciclo económico, maior investimento, bons ventos internacionais. Mas não resulta de uma política autárquica específica, da qual o PSD Óbidos se possa orgulhar e dela fazer uma bandeira eleitoral. Por isso, os cartazes sobre o desemprego contam uma história muito mal contada.
É preciso sermos sérios quando fazemos política. Usar os dados não pode significar fazer passes de magia ou malabarismo para proveito próprio. Não se pode deitar areia nos olhos do povo, porque costuma dar mau resultado. Ou quererá, coerentemente, o Candidato Humberto Marques associar-se, na qualidade de Vice-presidente da autarquia no mandato anterior, à enorme subida do desemprego nos anos de 2009 a 2013? É que se agora considera que foi determinante a ação política local para a descida, impõe-se assumir responsabilidades na subida do desemprego, no momento mais duro da crise económica…
Felizmente existe massa crítica no Concelho, com munícipes cada vez mais informados e lúcidos, capazes de reconhecer os diversos planos em que a política se joga.

Concelhia do PS de Óbidos