Supressão de comboios na Linha do Oeste

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CDS/PP

Numa pergunta dirigida ao Ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Assunção Cristas, Hélder Amaral, Pedro Mota Soares, Cecília Meireles, Álvaro Castello-Branco e Nuno Magalhães querem saber quais os motivos que levam a CP a continuar com a supressão de comboios na Linha do Oeste, mesmo depois de ter reduzido horários, eliminando 10 circulações em cinco meses.
Os deputados do CDS-PP questionam ainda o ministro sobre se este considera admissível que, na sequência da supressão de comboios, na maioria das vezes os passageiros não tinham recebido qualquer tipo de alternativa ou, ainda pior, qualquer informação por parte da CP. Perguntam por que razão acabaram as ligações diretas entre Caldas da Rainha e Coimbra, ligando a Linha do Oeste à Linha do Norte, e por que razão não foi colocada a hipótese de um transbordo na Bifurcação de Lares, ao invés de Amieira.

E, finalmente, que medidas vão ser tomadas com efeito imediato, e não apenas a 4 de novembro (daqui a cerca de dois meses), para que seja encontrada uma solução, ainda que provisória, de modo a não persistirem os atrasos e supressões que tanto prejudicam a vida aos utentes da Linha do Oeste.
Em audição realizada na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, na Assembleia da República, o Senhor Presidente do Conselho de Administração da CP admitiu, em resposta ao CDS-PP, que a Linha do Oeste «é muito complicada por causa do material».
Na altura, afirmou que existe um plano de eletrificação faseado, com conclusões previstas para os segundos semestres de 2020 e de 2021, e referiu que a Linha do Oeste precisa urgentemente de material circulante novo e mais eficiente.
Na mesma resposta, assegurou que a partir de 4 de novembro a CP irá guarnecer a Linha do Oeste com comboios espanhóis (neste momento a operar em linhas no norte do país), pelo que a «situação melhorará consideravelmente», e que se esperam mais quatro unidades alugadas à Renfe, a partir do início do próximo ano.
Esta semana, o jornal Público dá conta de que apesar de ter reduzido horários, eliminando 10 circulações em cinco meses para adequar os horários às poucas automotoras que ainda circulam, a CP continua a suprimir comboios na Linha do Oeste.
Entre 5 de agosto e 5 de setembro p.p. foram suprimidos 24 comboios na Linha do Oeste, sendo que destes apenas dois foram substituídos por autocarro e/ou táxi e nos restantes os passageiros não tiveram qualquer serviço alternativo, ou qualquer informação da CP sobre a ausência de comboio.
No início de agosto, a CP tinha já acabado com quatro comboios a sul das Caldas da Rainha (dois em cada sentido) e com seis comboios entre Caldas da Rainha e Leiria (três em cada sentido), depois de em março ter eliminado com caráter permanente dois comboios entre Caldas da Rainha e Torres Vedras (um em cada sentido).
Desde 5 de agosto que a CP acabou com as ligações diretas entre Caldas da Rainha e Coimbra, comboios que ligavam a Linha do Oeste à Linha do Norte, passando os passageiros, desde então, a fazer transbordo em Amieira, de onde seguem numa automotora elétrica até Coimbra B.
No entanto, refere-se na notícia a estranheza desta opção, uma vez que a Amieira dista apenas três quilómetros da Bifurcação de Lares, «uma estação por onde passam os suburbanos entre Coimbra e Figueira da Foz e onde os passageiros também poderiam fazer transbordo», com clara vantagem para os que seguem para a Figueira da Foz, que poderiam assim realizar a viagem «com uma única mudança de composição em vez de duas». A notícia adianta ainda que a «a possibilidade de o transbordo ser efetuado na Bifurcação de Lares não foi colocada pela CP» à Infraestruturas de Portugal.
Acresce a tudo isto os permanentes atrasos na Linha do Oeste, que, sendo constantes em cerca de meia hora, já chegaram a 2 horas e 50 minutos.Há poucos meses dava-se eco na comunicação social de que, no Oeste, a CP era conhecida por ‘Camionetas de Portugal’, devido aos muitos transbordos em autocarro. Lamentavelmente, aos dias de hoje, nem autocarro nem comboio.
Sucedem-se relatos de passageiros que, sem qualquer informação por parte da CP, ficam horas à espera de comboios que não aparecem, com graves transtornos para a sua vida pessoal e profissional, já que são obrigados a usar veículo próprio, com todo o custo de combustível e portagens que isso acarreta.

CDS/PP