O restaurante Nascer do Sol serve há 25 anos em Salir do Porto

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Joaquim Acácio
Joaquim Acácio trabalha na restauração há mais de 40 anos. Além de ser cozinheiro e proprietário do Nascer do Sol, faz criação de carne bovina.

O restaurante Nascer do Sol em Salir do Porto está aberto desde 1991 e assinalou este ano os seus 25 anos de actividade. Joaquim Acácio, de 55 anos, é o proprietário e diz que a principal característica que permitiu ao seu restaurante atingir a capacidade para servir 400 pessoas por refeição é a qualidade dos produtos que vão para a mesa.

Joaquim Acácio, de 55 anos, proprietário do restaurante, começou a trabalhar aos 12 anos na extinta União Panificadora Caldense, mas “trabalhar durante a noite era complicado”, recorda, e decidiu mudar de profissão. Tinha 13 anos quando abraçou a profissão que ainda hoje mantém na restauração. Foi trabalhar para outro ícone da restauração caldense – o Cortiço.
Mais tarde abriu o seu próprio restaurante, na Benedita. No final da década de 1980 abriu o primeiro Nascer do Sol em Salir do Porto, em instalações arrendadas. Dois anos e meio depois, em 1991, adquiriu o terreno e construiu o que é hoje um dos maiores restaurantes do concelho das Caldas da Rainha.
“Tem sido uma luta muito grande, muita dedicação e muitos dias sem dormir para chegar aqui”, refere Joaquim Acácio, que se orgulha da casa que tem.
O restaurante tinha nessa altura capacidade para 200 pessoas. Ao longo do tempo recebeu cinco ampliações para os actuais 400 lugares sentados.
O proprietário, que é também o cozinheiro, destaca o serviço pela qualidade dos produtos que serve. “Preocupo-me em ter boa carne e bom peixe”, sublinha. O mesmo acontece quando a comida vai para a mesa. “Não quer dizer que não haja erros, mas o que não é bom não se compra, ou não se vende ao cliente. Preferimos perder o produto em vez de perder o cliente”, sustenta o empresário, que acrescenta que esse deve ser o princípio básico de qualquer negócio.
Por outro lado, Joaquim Acácio destaca que não tem hora para servir almoços e jantares. “Enquanto estou cá dentro, honro o avental e a minha cozinha e quem vem aqui comer está a ajudar-me a viver”, reconhece. Pelo que mesmo quem vem fora de horas não sai com a barriga vazia. “Dizer que não sirvo é mau para toda a gente: para a casa, para nós e para quem fica sem comer”, acrescenta.
O Nascer do Sol dá emprego directo a 20 pessoas, mas nos picos de trabalho o número pode chegar aos 30 postos. “Ao termos uma casa grande, temos que ter muito pessoal porque tanto podemos ter aqui 10 clientes como 400”, refere o empresário.

IVA FOI GOLPE DURO PARA A HOTELARIA

Joaquim Acácio diz que a restauração não permite grandes luxos a quem vive da actividade. “Exige muita dedicação, é um trabalho ingrato, não se tem tenho horário para nada porque sou quem mete a chave à porta de manhã e quem fecha a porta à noite”, mas considera, ainda assim, que tem uma vida bonita.
E o que ajuda a ultrapassar todas as dificuldades é ter clientes que fazem muitos quilómetros para comer no Nascer do Sol.
O empresário diz que a actividade já conheceu melhores dias, mas o período mais difícil que viveu foi durante a legislatura de Passos Coelho, quando o IVA da restauração esteve nos 23%. “Não via maneira de ganhar para suportar as despesas porque não é só IVA – tudo o que faz a casa trabalhar tem que se pagar e foi uma altura muito difícil”, revela.
Quanto à concorrência no sector, Joaquim Acácio diz que nos seis meses mais frios não há trabalho para todos, mas isso muda nos meses mais quentes.
Além da restauração, Joaquim Acácio é criador de vacas, com explorações em São Martinho e Tornada. Conta com mais de 100 vacas a fazer criação. Parte da carne é servida no restaurante.