
Investimento de 7,5 milhões de euros nas novas instalações na Maiorga (Alcobaça) garantem capacidade de frio para toda a produção dos associados e e elimina dependência dos alugueres de frio. O novo equipamento, dotado de tecnologia de ponta, introduz um sistema de pré-calibração automatizado que vai permitir aumentar a eficiência na resposta às encomendas dos clientes. Na campanha deste ano, a Frubaça estima quebras de 15 a 20% devido às condições climatéricas e a pandemia pode reduzir as exportações
Está em fase de conclusão o projecto de investimento da Frubaça – Cooperativa de HortoFruticultores nas novas instalações na Maiorga, junto à cidade de Alcobaça, que vai aumentar em 10 mil toneladas a capacidade de armazenamento em frio da cooperativa fruteira. Apesar de os trabalhos não estarem ainda totalmente concluídos, a fruta começa a chegar às novas câmaras já na próxima segunda-feira.
A obra foi iniciada em 2018 e representou um investimento total que ronda os 7,5 milhões de euros. Além da tecnologia de ponta ao nível do frio, é dotada de um equipamento de pré-calibragem.
“É um investimento importante para nós porque, desde há algum tempo, temos uma carência de estruturas de frio e estávamos a recorrer a alugueres nesta área”, refere o director-técnico Jorge Periquito. Essa carência por espaço de armazenagem deve-se, por um lado, ao aumento de produção dos associados da cooperativa e, por outro, à conversão de espaços para outras actividades da empresa que cresceram, como as lojas de venda directa ao público e a operação relativa à produção de sumos naturais.
Isso obrigou a empresa a recorrer a diversos espaços de aluguer numa área territorial entre o Cadaval e a Ortigosa (Leiria), de modo a que a capacidade de crescimento da empresa não fosse posto em causa.
A nova central permite, assim, voltar a concentrar a operação da empresa “numa zona central em relação à dos sócios, a 13 km das instalações actuais”, refere Jorge Periquito, acrescentando que a medida permite descongestionar toda a parte da campanha que se está a iniciar. “Passamos a estar divididos entre dois locais que estão próximos e permite, em simultâneo, condições de armazenamento em tecnologia de ponta, o que é importante na qualidade final do produto”, completa.
O novo equipamento de pré-calibragem vai tornar mais ágil e rápido o processo de comercialização dos frutos, uma vez que estes serão agrupados pelo calibre à entrada da central e não à saída. Além disso, este é um equipamento robotizado, que requer pouca mão-de-obra, o que ira melhorar a eficiência e a rentabilidade do trabalho, factor importante numa área de negócio em que as margens para o produtor são muito esmagadas. E as novas instalações terão pouca mão-de-obra: entre cinco a sete pessoas.
PANDEMIA PODE AFECTAR EXPORTAÇÕES
As novas instalações entram assim em funcionamento a tempo de acolher a fruta da nova campanha, que vai começar a sair dos pomares esta segunda-feira.
Jorge Periquito, que é também um dos sócios fundadores da Frubaça, estima uma quebra na produção na ordem dos 15 a 20%, o que colocará a produção abaixo da média da cooperativa. “Tivemos um inverno bastante ameno, que dificultou o rebentamento, e um período bastante chuvoso na altura da floração, que limitou a produção de frutos viáveis”, explica.
Além disso, a pandemia de covid-19 vai criar igualmente algumas limitações à operação das fruteiras. Desde logo a dificuldade de recrutamento para as colheitas e o aumento de custos devido ao equipamento de protecção pessoal que será obrigatório.
Além disso, pandemia poderá fazer com que a exportação diminua ligeiramente, “sobretudo para quem exporta para mercados como o Brasil e o Médio Oriente”, por questões de logística mas também devido aos problemas sociais e desvalorização de moeda.
A Frubaça foi considerada pela Cooperativa António Sérgio para a Economia Social a maior cooperativa do distrito de Leiria e a 18ª maior do país. Tem um volume de negócios próximo dos 20 milhões de euros e garante cerca de 150 postos de trabalho.