O prorama europeu Exscalate4CoV identificou que o raloxifeno, um medicamento genérico já registado e utilizado no tratamento da osteoporose, poderá ser um tratamento eficaz para doentes com Covid-19 sem sintomas, ou com sintomas moderados, informou hoje a Comissão Europeia.
O consórcio utiliza uma plataforma de supercomputação apoiada pela UE, uma das mais potentes do mundo, para verificar o eventual impacto de moléculas conhecidas na estrutura genómica do coronavírus.
O consórcio já testou virtualmente 400.000 moléculas com recurso aos seus supercomputadores. Foram pré-selecionadas 7.000 moléculas para ensaios in vitro; destas, foram seleccionadas 100, tendo 40 demonstrado ser activas contra o vírus. De entre estas, o raloxifeno surgiu como a molécula mais promissora. De acordo com o projecto, o raloxifeno poderá ser eficaz no bloqueio da replicação do vírus nas células, podendo assim travar a progressão da doença, em especial nos casos de detecção precoce ou assintomáticos. Os investigadores indicaram que as suas vantagens incluem a elevada tolerância nos doentes, a segurança e o perfil toxicológico bem conhecido.
Antes de se avançar para os ensaios clínicos, a próxima etapa será a avaliação pela Agência Europeia de Medicamentos da nova utilização potencial do raloxifeno. Uma vez aprovado, o medicamento pode ser rapidamente disponibilizado em grandes quantidades e a baixo custo, ajudando assim a atenuar os efeitos de novas vagas de infecção.
Mariya Gabriel, comissária europeia responsável pela Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, afirmou que, desde Janeiro, a CE mobilizou todos os nossos esforços “para apoiar os envolvidos na I&I nos seus respectivos domínios, a fim de encontrar soluções e vencer o vírus”. O programa de investigação foi financiado com 3 milhões de euros e apresenta agora resultados “promissores” na cura da Covid-19.
Esta descoberta surge após outra substância, o anti-inflamatório dexametasona, ter demonstrado resultados promissores em doentes com sintomas mais graves.