Cristina Pecante é a nova coordenadora da Saúde Pública

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Delegada de Saúde desde 1989, assume a coordenação da Saúde Pública do Oeste Norte

Ana Cristina Pecante é, desde 1 de maio deste ano, a nova coordenadora da Unidade de Saúde Pública do Oeste Norte, sucedendo a Jorge Nunes, que recentemente se aposentou.
Natural de Lisboa, a médica veio para as Caldas em 1983 para fazer o internato geral e acabou por ficar na cidade termal. Fez a especialidade em saúde pública e é delegada de saúde desde 1989.
“Há pouco conhecimento do que é e o que faz uma Unidade de Saúde Pública”, referiu Cristina Pecante, acrescentando que, por outro lado, também há pouco investimento.
“Com a pandemia houve uma maior visibilidade, mas continuou a não haver grande investimento, especialmente ao nível dos recursos humanos”, apontou, ressalvando ainda assim que o Oeste está relativamente bem, com um médico de saúde pública em cada um dos seis concelhos (Caldas, Óbidos, Alcobaça, Bombarral, Nazaré e Peniche).
Estes são médicos que, muitas vezes, não são vistos como tal, porque não têm doentes, listas de espera e receitas de medicamentos. “Nós tratamos da saúde comunitária, é um desafio muito grande e uma visão completamente diferente da medicina e dos cuidados de saúde”, fez notar.

Aumento do número de casos deve-se a desleixo na 0prevenção

Atualmente, com a nova tendência de subida no número de casos de infeção por covid, a nova coordenadora da Unidade de Saúde Pública do Oeste Norte deixa o alerta: “não é porque a vacinação aumentou que deixam de haver casos, até porque uma pessoa vacinada pode transmitir o vírus”.
A subida explica-se com um desleixo da maioria relativamente às medidas preventivas que se deu com a redução dos casos, especialmente, a partir de fevereiro deste ano.
“Tínhamos obrigação de ter aprendido com o último ano”, afirma Cristina Pecante, referindo-se à existência de convívios com muitas pessoas e sem respeito pelas regras de etiqueta sanitária.
A unidade de saúde pública tem de ser consultada para a realização de eventos e são “mal vistos porque sentem que estamos a atrapalhar a vida”, lamenta a médica, que conta mesmo que há casos de organização de eventos que não consultam as autoridades de saúde. “Temos de prevenir e não de remediar, porque isso acarreta danos complicados”, concluiu.