Escultura e pintura de Guilherme Silva no Museu do Hospital

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O artista, formado na ESAD.CR, trabalha numa fundição do concelho caldense

“Constrói-se aos poucos e destrói-se aos pedaços” é como se intitula a mostra, patente até 14 de abril

A exposição de Guilherme Silva, 30 anos, no Museu do Hospital e das Caldas reúne obras de escultura e de pintura a pastel e a pastel de óleo. Apesar de ter um ponto de partida menos positivo, pois as suas obras partem de incidentes de viação, “acabo por dar um tom irónico e satírico procurando mostrar ao público “que há duas formas de ver uma situação, a negativa e uma outra, mais iluminada”.
Guilherme Silva é do Porto mas vive nas Caldas desde 2011 quando veio fazer a licenciatura em Design Industrial. O autor teve a oportunidade de realizar um estágio profissional em Shangai onde laborou num gabinete de design de um autor suíço que trabalhava na China. “Foi o primeiro contacto com o mundo do trabalho e estava lá por minha conta”, referiu o autor que completou21 anos naquele país. É de Shangai que vem o início desta série dedicada aos acidentes de viação.
“Todos os dias havia um carro ou uma carrinha que embatia contra algo, fosse um poste ou um muro”, contou o autor que fotografava aquelas situações. Guilherme Silva também coloca traços autobiográficos nesta exposição, pois trabalha numa fundição – liderada pelo escultor Renato Franco – e desloca-se para o Casal da Granja na sua carrinha. E com ela já viveu algumas situações caricatas, e que, de alguma forma, transformou como mote para o seu trabalho artístico.
Fez pequenas carrinhas, tirou o molde em cera e algumas destas miniaturas foram passadas a bronze, procedimento que se faz com as esculturas. O autor gostou do desafio de trabalhar em micro-escala ao contrário do habitual pois, por norma, aposta nos grandes formatos. “Desta vez quis mostrar escultura em plinto e pinturas na parede”, disse o artista que faz constar nas suas pinturas tabuletas indicativas, umas reais outras só possíveis no mundo da arte.
A mostra “Constrói-se aos poucos, destrói-se aos pedaços” vai estar patente no Museu do Hospital até ao dia 14 de abril.■