Faleceu historiador e crítico José-Augusto França

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O historiador e sociólogo José-Augusto França (1922-2021) faleceu, no passado sábado, 18 de setembro, aos 98 anos, numa casa de saúde de Jarzé, em França, onde se encontrava desde há alguns anos.
Natural da cidade de Tomar, foi historiador, sociólogo, crítico de arte, professor e romancista, tendo desenvolvido uma intensa carreira profissional, que lhe valeu reconhecimento. Licenciado em Histórico-Filosóficas, estudou em Paris e foi na cidade-luz que completou o doutoramento em História e em Letras.
José-Augusto França esteve ligado às Caldas da Rainha em algumas ocasiões, tendo sido nomeado para presidir a uma comissão nacional que viria a ter como missão a preparação de um programa que visaria assinalar o aniversário da morte do caldense José Malhoa. No cinquentenário da morte do pintor naturalista caldense, Augusto-França fez a conferência inaugural “Malhoa 1983”, após um passeio-peregrinação a Figueiró dos Vinhos, onde aquele crítico de arte conheceu o Casulo (casa de Malhoa) e onde viria, também, a ser descerrada uma placa alusiva ao momento.
Pela sua participação naquele evento, a Gazeta das Caldas entrevistou-o. Corria o ano de 1983 e o historiador afirmou, na ocasião, que aquela celebração “servia para a definição possível (e necessária) de Malhoa na cultura portuguesa de hoje”.
Já em 1981, o conhecido historiador tinha colaborado no programa que assinalou o centenário do “Grupo do Leão”, que resultou na publicação da sua conferência em folheto pelo museu.
José-Augusto França foi autor de mais de uma centena de livros, com temas relacionados com a história da cultura, história da arte, estudos olisipográficos, monografias, ensaios e ficção. Foi, ainda, um dos especialista no estudo da vida e obra de Rafael Bordalo Pinheiro.
O Presidente da República manifestou pesar pelo desaparecimento de “uma das maiores figuras culturais do Portugal contemporâneo”. ■