João Almeida mudou metodologia de treino e agora só aspira a vencer

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Foto: UAE
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João Almeida atribui os excecionais resultados desta época a uma alteração nos métodos de treino, confessando ter chegado a um patamar no ciclismo em que aspirar apenas a estar no pódio “já não é bem realista”.

“Ao longo dos anos tenho vindo a experimentar diferentes métodos de treino e desde o ano passado, do início da temporada, que decidi mudar de treinador [para Javier Sola] e mudar o tipo de treino, ouvir o meu corpo, fazer o que sentia que é bom para mim, o que eu me sinto bem a fazer e acho que resulta”, começou por contar à agência Lusa.

O português da UAE Emirates atribui ao “muito trabalho” realizado os excelentes resultados de 2025, nos quais se tornou o primeiro ciclista de sempre a vencer as Voltas à Suíça, Romandia e País Basco na mesma época e o primeiro desde o britânico Bradley Wiggins, em 2012, a ganhar três das sete principais corridas de uma semana no mesmo ano – as outras são o Paris-Nice, o Tirreno-Adriático, a Volta à Catalunha e o Critério do Dauphiné.

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“Não há grandes segredos, é trabalhar no duro e dedicação, mas podemos trabalhar no duro de uma forma que seja melhor para nós e da maneira correta”, defendeu o também vice-campeão da Volta ao Algarve (atrás de Jonas Vingegaard) e da Volta à Comunidade Valenciana.

Apesar dos sucessos recentes, o luso de 26 anos garante que a confiança conquistada com estas vitórias “não muda muita coisa”.

“O passado não nos dá garantias e as pernas é que ganham as corridas. Posso já ter ganho bastantes corridas, mas se chegar ali numa forma física menos boa, sei que com más pernas não vai dar para ganhar”, notou.

Almeida reconhece que, pelo estatuto que ganhou no pelotão e pelo palmarés que tem, já chegou “a um patamar e a uma altura em que ir para fazer o pódio, para o top 5, para além de já não ser aquela satisfação, já não é bem realista”.

“Desde o início da temporada, todas as corridas a que vou, sou líder e vamos com o objetivo de ganhar”, acrescentou.

A exceção é mesmo a Volta a França, onde estará no apoio a Tadej Pogacar, o campeão em título que procura igualar os quatro triunfos do britânico Chris Froome na 112.ª edição, que arranca no sábado, em Lille, e termina em 27 de julho, em Paris.

Para estar no Tour, Almeida falhou a Volta a Itália, uma ‘grande’ que poderia ter vencido atendendo ao percurso e à concorrência.

“Só estando lá é que íamos descobrir, mas claramente acho que era um Giro bastante bom para mim. Mas acho que fiz bem em fazer o calendário que fiz. Marquei três grandes corridas do calendário com vitórias e que vão ficar no meu palmarés para sempre. Mas claramente uma grande Volta é o próximo objetivo”, admite, em declarações à Lusa.

E essa ‘lacuna’ no palmarés do ciclista de A-dos-Francos (Caldas da Rainha), que foi terceiro no Giro2023 e quarto no Tour2024, na Vuelta2022 e no Giro2020, pode até ser colmatada ainda este ano, já que o português tem previsto participar na Volta a Espanha.

“Tenho a Vuelta no calendário. Só se alguma coisa também não correr como previsto, é que sairei [da equipa]”, disse sobre a prova que começa em 23 de agosto, em Turim (Itália), e acaba em 14 de setembro, em Madrid.

*com Agência Lusa

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