Mundial de surf em Peniche contribui com nove milhões de euros para a economia local

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DSC_0309O Moche Pro Portugal by Rip Curl 2015, que decorrerá em Peniche de 20 e 31 de Outubro, tem um grande impacto económico para a região e é um factor importante no combate à sazonalidade. Os benefícios registam-se durante o período em que decorre a prova, com unidades hoteleiras e restaurantes totalmente ocupadas, mas também se prolongam no tempo com investimentos na hotelaria e restauração, assim como na imagem da região.
No passado dia 1 de Outubro, foi assinado um protocolo entre o Turismo do Centro de Portugal, a OesteCim e a autarquia de Peniche que assegura uma verba de 400 mil euros para a campanha de promoção da Marca Oeste agregada aos meios de comunicação da etapa do Circuito Mundial de Surf.
Participantes que vêm a Peniche e têm que ficar alojados em Coimbra ou Lisboa são exemplificativos do impacto que tem a etapa do campeonato de surf, que decorre em Peniche. O presidente da Câmara, António José Correia, estima que a prova origine nove milhões de facturação na economia local e um milhão de impostos para o Estado.
Depois há o impacto que vai além dos eventos. “Há um antes e depois de 2009”, diz o autarca, destacando que têm sido feitos vários investimentos sobretudo na área da hotelaria, restauração e das actividades marítimo-turísticas. António José Correia deu mesmo o exemplo da construção de um novo hotel – o MH Peniche -, um investimento de 10 milhões de euros, assim como o interesse de outras unidades hoteleiras em reformular os seus espaços. “Há também um grande impacto ao nível da economia familiar, sobretudo com o alojamento local”, acrescentou, estimando que durante a realização da etapa a hotelaria volte a registar uma ocupação de 100%.
“Esta não é uma prova de Peniche ou do Oeste. Tem dimensão nacional. Está a ser apoiada dessa forma e temos que ter o engenho e a arte para que se projecte além os quadros de programação financeira que existem”, referiu o autarca aquando da assinatura do protocolo para a campanha de promoção da marca Oeste na comunicação social.
O documento assinado entre a Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal, a OesteCim e a autarquia de Peniche assegura uma verba de 400,8 mil euros para essa promoção. O valor será repartido em três tranches, das quais 265 mil euros a aplicar no Plano de Activação de Marca Oeste nas plataformas digitais do evento e 74.800 euros na produção de materiais de divulgação nos locais da prova e organização de tenda “Welcome to Oeste” na zona Village do evento.
Os restantes 61 mil euros destinam-se a proporcionar a personalidades a assistência ao evento e pacotes de experiências ligados ao surf e produtos da região.
Carlos Miguel, presidente da OesteCIM, destacou que este é um evento que gera o consenso de todos os municípios e das várias entidades que o apoiam. “Só através desta conjugação de esforços é que conseguimos entrar neste campeonato, que já é internacional”, realçou.

130 mil espectadores em 2014

A prova, que tem um custo total de dois milhões de euros, contou na última edição com 130 mil espectadores. Os dados foram avançados por Francisco Spínola, da World Surf League (WSL) – organismo que congrega todas as modalidades referentes ao surf -, que referiu que o surf tem vindo a afirmar-se como um dos principais desportos em Portugal.
De acordo com este responsável a internet é o principal meio de difusão do desporto. “A internet está para o surf como a televisão está para o futebol ou para os outros desportos”, disse, destacando que este facto se deve não só ao público alvo, que são essencialmente jovens, mas especialmente pelas características da modalidade.
“Temos 12 dias de espera onde vamos aproveitar os melhores três dias de competição”, explicou, adiantando que é complicado para as televisões terem a grelha condicionada às boas ondas e marés. O ano passado alcançaram 19,4 milhões de visualizações na página oficial do evento e este ano estão “com um crescimento em cada evento [as provas realizadas em Cascais e na Ribeira Grande, nos Açores] na ordem dos 98%”, informou Francisco Spínola.
O responsável destacou ainda que o objectivo económico não passa por olhar apenas para os surfistas. “Se 1% dos europeus, quando decidir que quer fazer surf, vier a Portugal experimentar, estamos a falar de um mercado gigante e é para esse mercado que nos dirigimos”, concluiu.

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Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt

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