A ligação de transportes públicos entre os três hospitais do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) foi uma das propostas que o Bloco de Esquerda apresentou na discussão das opções do plano e orçamento camarário para este ano. A ideia, que ficou em estudo, foi uma das iniciativas que os bloquistas recordaram na prestação de contas aos apoiantes que decorreu na noite de 25 de Janeiro, na sede concelhia.
Em ano de eleições o BE das Caldas prestou contas aos seus apoiantes com uma sessão, na sede, na sexta-feira, 25 de Janeiro, à noite. Perante uma dúzia de pessoas, os eleitos nas freguesias e na Câmara das Caldas e ainda o eleito pelo distrito, Heitor de Sousa, recordaram as propostas que apresentaram no ano que findou.
Carla Jorge, deputada na Assembleia Municipal das Caldas, recordou que na discussão das opções do plano e orçamento da Câmara para 2019 o Bloco “foi a única força que fez propostas”. Entre elas estava a criação de um plano de transportes públicos intermunicipal que ligue os três hospitais do CHO, porque existem pessoas, por exemplo, das Caldas que não tendo todas as valências no seu hospital, têm de se deslocar a Torres Vedras. “Algumas pessoas perdem as consultas porque não têm dinheiro naquela altura para fazer as deslocações”, revelou, acrescentando que esta proposta ficou em estudo por parte do executivo.
Entre as outras propostas a nível concelhio, destaca-se a criação de uma oficina domiciliária a nível camarário, tal como existe nas Juntas de Freguesia. O objectivo é que um funcionário da Câmara seja destacado para prestar pequenos serviços de electricidade, canalização e pequenos arranjos.
Ao nível das freguesias, Mafalda Pedreira, eleita pela União de Freguesias Nª Sra. do Pópulo, Coto e São Gregório, afirmou que “ao contrário do que a vereadora diz, continuamos a ter pelo menos 30 ‘ocupas’ e sem abrigo que procuram um local mais quente para pernoitar do que uma paragem de autocarro e a Câmara sabe porque fecha os edifícios e uns dias depois eles são abertos”.
Uma das formas de resolver este problema, segundo Mafalda Pedreira, seria o acolhimento dos sem abrigo no quartel dos Bombeiros nos períodos de maior frio, com um local para dormir e comida quente. “Eu voluntariei-me para ir ajudar nesse serviço, mas a Câmara e a Junta acreditam que têm tudo controlado”.
Outro dos temas foi o lixo na cidade, onde “a zona mais bonita são os arredores da Câmara, porque de resto até a zona Praça da Fruta está muito suja”.
Orlando Pereira, eleito em Santo Onofre e Serra do Bouro, recordou que sugeriram o alargamento do Toma à Zona Industrial, que considerou estar “transformada numa zona comercial” e a criação de uma forma de limitar a velocidade na estrada Atlântica, na zona da Serra do Bouro.
Outra das bandeiras dos bloquistas, apresentada nas duas freguesias, foi a criação de um parque de estacionamento para pesados de mercadorias e a proibição de circulação dos mesmos no centro da cidade. “Há camionistas nas Caldas que já foram vítimas de roubos de gasóleo e que já não sabem onde deixar o carro, alguns tentam escondê-lo, outros deixam na zona industrial e vêm a pé para a cidade”. O parque teria uma portaria, balneários, local de descanso e uma loja que fornecesse também refeições rápidas.
BE quer conclusão da Linha da Oeste para 2023
Heitor de Sousa, eleito por Leiria, considerou que os próximos seis meses “vão ser de confronto político, já estamos todos em campanha eleitoral, porque o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, fez questão de inaugurar a campanha com a mensagem de Ano Novo”.
O bloquista caracterizou como “uma coisa risível” o Plano Nacional de Investimento 2030, notando que na ferrovia uma grande parte do que está inscrito neste documento era o que estava no Plano para a Ferrovia 2020 e que não foi concretizado. “Com algum optimismo podemos pensar que em 2025 vamos ter a Linha do Oeste concluída”, afirmou, acrescentando que esta semana o Bloco iria entregar um projecto de resolução que propõe que se comece já em 2019 a fazer o estudo de impacto ambiental do troço a norte das Caldas, para “tentar apressar a conclusão para 2023”.