“Temos um enorme potencial que já começa a ser aproveitado”

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Autarca diz que as Adiafas são a afirmação cultural e de identidade do concelho, que é o maior produtor de Pera Rocha do país
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O presidente da Câmara do Cadaval realça o potencial do Turismo e da Agricultura no concelho e dá conta dos projetos em curso, alguns com investimento significativo para a autarquia. Habitação social e a custos controlados são exemplo

A cumprir o seu terceiro e último mandato à frente da autarquia, José Bernardo Nunes faz um “balanço positivo” do trabalho feito, mas realça que, muitas vezes, os resultados não são visíveis no imediato.

Que balanço faz dos três anos de mandato?
Bem, julgo que essa é uma pergunta que deverá ser feita aos Cadavalenses pois eles é que terão uma opinião concreta sobre o desempenho da Câmara Municipal e do meu trabalho durante este mandato.
No entanto e do meu ponto de vista faço um balanço muito positivo deste mandato que, obviamente não se pode desligar dos dois anteriores.
O trabalho do autarca é contínuo e por vezes há resultados que não são logo visíveis, pois entre planear, arranjar financiamento, encontrar quem faça a obra ou desenvolva o projeto, podem passar anos, e isso é o que mais me custa nesta missão de Presidente da Câmara.
Mas o balanço é positivo, temos feito um investimento significativo na melhoria dos espaços públicos em todas as freguesias, nas vias de comunicação, em projetos importantes para as pessoas, e conseguimos, naquilo que foram as competências que a administração central nos passou, melhorar em muito as respostas e a sua qualidade, como na área da educação.
Mas como disse, são as pessoas que têm de fazer essa análise.

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Que desafios e projetos tem em curso no seu concelho com impacto regional até final do mandato?
Neste momento temos diversos projetos em curso no concelho, no plano da melhoria dos serviços estamos a concluir um novo edifício para a divisão de serviços urbanos, que é um investimento significativo para a autarquia.
Para além disso estamos com os projetos dos passeios pedestres que ainda faltam construir, e são vários quilómetros, com os projetos de habitação social e uma série de investimentos nas freguesias para melhoria das vias de comunicação, como a construção de valetas em cimento e asfaltagens.
O projeto “primeiro direito” para famílias com dificuldades e a habitação a custos controlados para os mais jovens, está já em curso.
Em breve entregaremos as primeiras casas do projeto “primeiro direito” e os três prédios que nos propomos construir para a habitação a custos controlados já têm projetos aprovados.
Estamos ainda envolvidos em diversos projetos que vão para além das fronteiras do concelho, nomeadamente através da OesteCIM e do Geoparque Oeste.
O que esperamos é que tudo o que fazemos tenha impacto positivo na vida das pessoas, essencialmente no concelho.

Quais os problemas crónicos do seu concelho e como os está a tentar resolver?
Às vezes cria-se a ideia de que uma Câmara Municipal pode ou tem a obrigação de resolver todos os problemas e era bom que assim fosse, pois se a realidade fosse essa, já teria resolvido boa parte daqueles que são os problemas do concelho.
Mas infelizmente não é assim, a autarquia tem responsabilidades bem definidas e nessas responde praticamente a todas aquelas que dependem realmente de si.
Eu sei que as pessoas reclamam coisas, como superfícies comerciais, que isso traria modernidade e progresso. Embora seja um tema controverso, o que é um facto é que já tivemos interessados, demos-lhe todas as condições, mas na hora de avançar com o investimento, escolheram outras paragens.
A autarquia não se cansa de responder a todas as solicitações que lhe são feitas, dou-lhe um exemplo: uma empresa estrangeira escolheu o Cadaval para se fixar, contactou a câmara para conhecer o território, encontrou um espaço que lhe interessava e a seguir veio-nos dizer que precisava de costureiras, de imediato, em articulação com o centro de emprego pusemos a funcionar um curso profissional e foi possível a empresa ter as costureiras de que precisava.
Estamos totalmente disponíveis para colaborar, mas o emprego não surge de um despacho do Presidente da Câmara, é preciso muito mais que isso.
Isto para dizer que sabemos o que as pessoas anseiam, que na verdade é também aquilo que o Presidente da Câmara também anseia, isto é, possibilidades de emprego qualificado para a população, negócios inovadores que tragam valor acrescentado, entre muitas outras coisas.
A verdade é que temos um enorme potencial que já começa a ser aproveitado, nomeadamente na área turística, mas também numa agricultura mais eficiente, na vinda de famílias para o concelho, que não é o mais barato da região Oeste, mas que oferece qualidade de vida a quem cá reside, e o aumento de alunos nas nossas escolas é um bom exemplo disso mesmo.

A Câmara do Cadaval vai realizar a 25ª edição das Adiafas. De que forma este evento tem contribuído para a promoção e desenvolvimento desta atividade económica, quer no concelho, quer na região?
A Festa das Adiafas é o culminar das colheitas e a celebração do fim de um ciclo anual que termina na atividade agrícola. Dada a importância local da atividade agrícola, desde há muitos anos que este evento marca este momento, sendo conhecido em toda a região.
Acima de tudo é uma afirmação cultural e de identidade do nosso concelho, que é o maior produtor de Pera Rocha do país e um dos maiores na produção de vinho leve, com um peso significativo na balança das exportações do país.
Fica pois o convite a todos os que nos irão ler, para visitarem a Festa das Adiafas, de 19 a 27 de outubro no Cadaval, serão muito bem vindos. ■

 

João Filipe Reis
Vereador eleito pelo PS

Que balanço faz destes três anos do executivo?
O balanço que fazemos do nosso trabalho é muito positivo, considerando que somos oposição e que estamos sempre limitados pela vontade do executivo PSD para a implementação das nossas propostas e resoluções dos problemas que identificamos e apresentamos em reunião de câmara.
Nestes 3 anos os vereadores do PS intervieram centenas de vezes com propostas e identificação de problemas, desde a pequena intervenção necessária num buraco ou a passadeira em falta, até às grandes questões estratégicas e estruturais para o concelho como a revisão da postura de trânsito que tem impacto direto na usabilidade dos espaços públicos e na qualidade de vida das pessoas, à criação de espaços de lazer e estacionamentos, à criação de zonas industriais infraestruturadas fundamentais para promover o desenvolvimento, à melhoria da rede de transportes públicos, a um serviço de saúde mais próximo das populações, etc. sendo estes alguns exemplos de sugestões ainda por executar.
Se tivermos que destacar o maior problema do executivo PSD, será a incapacidade para planear e implementar uma estratégia de crescimento para o concelho, nos 3 mandatos nunca foi apresentado um programa ao eleitorado, “uma estratégia para o concelho”, facto aliás destacado numa entrevista do Sr. Presidente ao vosso jornal “Devo ser o único presidente do país que não falha aos seus compromissos eleitorais porque não apresentei nenhum”.

Quais as principais conquistas da oposição PS neste mandato?
Do que a vereação PS mesmo na oposição já fez ou está em vias de fazer, destacamos o alargamento da rede comunicações de alta velocidade (fibra) a todo o concelho, a desmaterialização documental dos processos internos dos serviços com melhorias significativas na velocidade de resposta aos munícipes, a disponibilização de balcão virtual com capacidade de interação em tempo real e que irá permitir tratar de grande parte dos processos no portal municipal (em fase de finalização), a colocação de uma rede de carregadores para carros elétricos (em fase de lançamento de concurso) e, finalmente, mas sem dúvida a medida mais emblemática pelo sinal que se pretende dar reposta a uma necessidade premente e a uma estratégia de crescimento do concelho, a construção de habitações para ser alugadas preferencialmente a jovens do concelho e a especialistas, como os médicos e professores. Estes apartamentos (neste momento estão projetados 28) deverão ser disponibilizados a preços controlados de forma a serem acessíveis aos jovens que estão a iniciar a sua vida ativa e pretendem fazê-lo no Cadaval, não serem obrigados a saírem do concelho por falta de opções de habitação a preços suportáveis. ■

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