O primeiro presidente da Câmara de Rio Maior, eleito em democracia, faleceu em 2018 e foi homenageado por familiares e autarcas no dia em que faria 100 anos
José da Silva Pulquério faria 100 anos a 31 de julho. Faleceu em 2018, aos 93 anos, mas a família e autarquia de Rio Maior quiseram assinalar o centenário do antigo autarca com o descerramento de uma placa, no local onde nasceu e viveu durante muitos anos, o n.º 24 da Rua Serpa Pinto.
O neto, Daniel Pinto, recordou que, na escola primária, José da Silva Pulquério confessou ao seu professor que gostaria de ser maquinista de comboios, pelo facto de ter viajado a Lisboa com o seu avô José Casimiro, quando tinha 7 anos, para uma consulta ao oftalmologista.
O riomaiorense acabaria por fazer o Curso Geral de Comércio na Escola Comercial de Rio Maior e, ainda estudante, começou a trabalhar no escritório do advogado Alexandre Laureano Santos. Em maio de 1945 participou no almoço comemorativo da vitória dos Aliados na 2.ª Grande Guerra Mundial e o ambiente aí vivido “contribuiu para lhe despertar uma vontade de participação e intervenção política, social e cultural”, acrescentou. José da Silva Pulquério viria a ser o primeiro presidente da Câmara de Rio Maior, eleito em democracia. “Ao longo de toda a sua vida evidenciou sempre uma extrema dedicação à sua terra, à sua cidade, ao seu concelho de Rio Maior, nas diversas funções políticas, cívicas, sociais e culturais que desempenhou na nossa comunidade”, concretiza Daniel Pinto.
José da Silva Pulquério desempenhou ainda funções de presidente da Assembleia Municipal e de vereador. Esteve na fundação do PSD local, partido do qual era militante, e foi também presidente da Assembleia Geral da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Rio Maior e membro Fundador do Centro de Educação Especial “O Ninho”, do Grupo Cénico Zé Pereira e da Báquica Confraria Almoçarista de Rio Maior.
Ainda durante o Estado Novo, a oposição ao regime levou a que tivesse sido detido pela PIDE e foi apoiante da candidatura do General Humberto Delgado à Presidência da República em 1958.
A nível profissional, José da Silva Pulquério trabalhou na empresa do setor vitivinícola João T. Barbosa Vinhos, mais tarde Caves Dom Teodósio (atual Enoport), onde exerceu funções administrativas, de direção comercial e foi pequeno acionista. Após o seu falecimento, em 2018, a autarquia atribuiu-lhe a Medalha de Honra do Município.