
Ao longo dos três dias o restaurante no centro paroquial serviu cerca de mil refeições
Salir de Matos celebrou o Santo Antão entre os dias 10 e 12 de janeiro, com uma festa que é, todos os anos, um exemplo de envolvimento comunitário em torno de um bem comum.
A tradição mantém-se, numa iniciativa que tem um objetivo de angariação de fundos para melhorias na localidade. No último ano os lucros do evento destinaram-se à requalificação da capela mortuária. Este ano deverão ser utilizados para a requalificação do exterior da igreja.
Mas se a festa começou na sexta-feira, dia 10, para o público em geral, já os preparativos começaram bem antes.
Sem contar com a preparação da programação, para a festa do Santo Antão é sempre necessário produzir os chouriços para a venda. Tal iniciou-se a 2 de janeiro, com o corte das carnes, com cerca de uma centena de pessoas de diversas idades.
Depois foi necessário o enchimento dos chouriços, que reúne mais de meia centena de voluntários.
“Foram perto de três mil quilos de carne”, explica Isabel Almeida, que por estes dias coordena o serviço de restaurante da festa, com um total de 300 lugares sentados.
Coordena uma equipa com cerca de 60 voluntários, de diversas gerações e com diferentes níveis de experiência profissional nesta área, que ajudam na confeção e a servir as refeições.
“Este ano correu muito bem, temos pessoas que já estão muito habituadas a trabalhar”, referiu, notando os curtos tempos no serviço.
Ao longo dos três dias foram servidas, segundo esta responsável, cerca de 1000 refeições, com a sexta-feira a ser o dia mais calmo. Numa análise comparativa diz que “foi muito semelhante ao ano passado” e que o Santo Antão “correu muito bem”.
À Gazeta das Caldas, Isabel Almeida realça ainda a evolução na festa desde a construção das novas instalações do centro paroquial.
“Não sabemos quando poderá ser feita, mas a próxima obra é o exterior da igreja e temos uma residência que é o local onde se situa a estufa para curtir os chouriços, que precisa de ser recuperada”, refere.
É que atualmente os fumeiros são nesse local, a cerca de 100 metros do sítio onde se preparam os chouriços.
O espaço, que deverá ser a futura casa paroquial, foi adquirido ainda antes da pandemia e foi uma importante evolução na organização das comemorações, evitando que os voluntários tivessem que transportar os chouriços, em carrinhas, de um lado para o outro.
No primeiro dia de festa a animação esteve a cargo do Duo Nelson Lord’s & Nuno Alexandre. Já no sábado o baile foi ao som dos Linha d’Água.
No último dia de festa, domingo, durante a manhã realizou-se a missa, seguida de procissão, que foi acompanhada pela Sociedade Filarmónica Catarinense. É esta a génese da festa, com a benção do gado, que já não se realiza, embora seja sempre referido na homília.
Durante a tarde do último dia houve folclore no Centro Pastoral, com os ranchos “Flores da Primavera”, do Guisado, e “Estrelas do Arnóia”, da Sancheira Grande.
Os festejos terminaram com um baile ao som de Rodrigo.
O envolvimento comunitário nesta festa é tal que, imagine-se, um empresário que tem uma churrasqueira na localidade, a 50 metros dos festejos, está, por estes dias, a assar frangos no restaurante… da festa.
“A festa envolve pessoas que até nem são praticantes da igreja, mas que pelas melhorias na paróquia e na terra se juntam a esta festa e ajudam”, contou Isabel Almeida. ■