Liga dos Amigos do Museu Malhoa homenageou fundadores

0
626
O grupo dos homenageados. Vários fundadores tornaram-se membros honorários da Liga dos Amigos do Museu de José Malhoa
- publicidade -

Muitos dos sócios fundadores foram homenageados na celebração do 20º aniversário da Liga

No domingo, 13 de outubro, foi dia de celebrar o 20º aniversário da Liga dos Amigos do Museu de José Malhoa (LAMJM) com algum atraso dado que a data deveria ter sido assinalada em 2023. Segundo Artur Fernandes, o atual presidente da LAMJM, a celebração dos 20 anos da Liga, nascida a 18 de junho de 2003, acabou por ter sido adiada pois o museu caldense esteve fechado para obras de renovação no ano transato.
O responsável deu ainda a conhecer que foi por decisão da assembleia geral da Liga que se decidiu “tornar sócios honorários a todos os que assinaram a escritura notorial da sua constituição”. Decidiram também fazê-lo no Dia Europeu dos Amigos dos Museus.
Nicole Costa, a diretora dos museus Malhoa, Cerâmica e da Nazaré, destacou a ação da atual LAMJM. Esta tem sido um grande apoio ao museu “não só nas iniciativas da programação cultural, como na aquisição de equipamentos, como aconteceu com os desumidificadores, necessários para a conservação de obras”.
Citando o cantor Roberto Carlos no tema “Amigos”, a diretora sublinhou que estes são “o mais certo nas horas incertas” e ainda lembrou que o Museu de José Malhoa também surgiu pela ação de um grupo de amigos.

A antiga diretora, Matilde Coto deu a conhecer parte da história desta Liga dos Amigos

A sessão contou vários momentos musicais de alunos do Conservatório de Música das Caldas e com uma palestra da antiga diretora do Museu Malhoa, Matilde Coto que se deteve sobre a fundação da Liga, que surgiu nos anos 20 do século passado e que “teve um papel fundamental na génese do museu”.
Segundo a convidada, “há cem anos, pugnava-se nas Caldas pela construção de um museu”. Na época, existia um grupo de homens dinâmicos ao qual pertencia António Montez e que queria imprimir um sentido de modernidade às Caldas e que acabaram por a conduzir à categoria de cidade em 1927.
“Data de 1923 o embrião da ideia de um museu de artes para as Caldas que vai progredir para o museu de José Malhoa projeto para o qual António Montez conseguiu captar a adesão do artista”, disse a convidada. António Montez fez com que o pintor naturalista se reaproximasse da sua terra natal. A 13 de julho de 1926, o pintor veio às Caldas e ofereceu ao povo da terra o famoso óleo da Rainha D. Leonor que acabou por dar forma à intenção do futuro Museu. Em 1929 era criada a comissão organizadora do museu de artes que apelava à inscrição na Liga dos Amigos do museu, “agrupamento cívico e de vontades que veio a congregar associados de todo o país”, contou Matilde Coto. A 15 de janeiro de 1933 requer-se a criação do museu “sem encargos para o Estado”. A proposta do museu contou com os contributos beneméritos da sociedade e foi por ação da Liga, encabeçada por António Montez que o museu, criado em 1933, abriu portas um ano depois. A exposição inaugural foi apresentada na Casa dos Barcos, num total de 124 obras, 40 das quais de José Malhoa.
O edifício atual será inaugurado a 11 de agosto de 1940 e é o primeiro, erguido no país, construído de raiz para ser um museu, tendo sido a Liga dos Amigos, a entidade nuclear já que doou as obras para a sua constituição. Em 2003, a Liga foi reativada e o grupo dos fundadores foram agora nomeados honorários. Alguns, já falecidos, foram representados por familiares.
A convidada fez uma viagem pelos primeiros anos da Liga renovada e das suas ações de apoio ao Museu. Foi ainda feito um minuto de silêncio em memória de Mário Gonçalves e João Serra. São também sócios honorários Matilde Coto, Rogério Caiado, Herculano Elias, Vítor Sebastião, Lalanda Ribeiro, Jaime Serafim, Mário Tropa, Vasco Trancoso, Jorge Serrano, padre Eduardo Gonçalves e Luís Sá Lopes. ■

- publicidade -