Manuel D’Olivares está a expor no Posto de Turismo. Em “Sem Fim” o artista serve-se das suas memórias para criar obras de arte
Manuel d’Olivares, o responsável pela programação do Calhau-Mostra de Arte, evento que trouxe arte contemporânea à aldeia de Moledo (Lourinhã), está a expor na galeria do Posto de Turismo das Caldas da Rainha. Esta mostra surge numa fase da vida do artista em que este teve que “destralhar” casas de família, o que o obrigou a confrontar-se física e emocionalmente com objetos – o seu significado e o seu valor emocional – que já fizeram parte de diferentes fases da sua vida.
Desse confronto surgiram várias pinturas que têm como suporte chapas de alumínio moldadas e até objetos de trabalho em madeira. “Servi-me das minhas memórias para criar estes trabalhos”, resumiu o autor que atualmente trabalha em Lisboa, depois de ter vivido entre Barcelona e Paris.
O artista organizou vários eventos internacionais em parceria com o Instituto Camões em Paris ou na Semana Cultural Portuguesa, que acontecia no Centro de Cultura Contemporânea de Barcelona. Também fez eventos com a Embaixada de França em Portugal.
Depois do Moledo, este programador cultural gostaria de animar a zona central das Caldas com um projeto que inclui concertos de piano, espetáculos de dança, exposições de arte, sem esquecer as artes locais como os bordados. Este evento chegou a ser apresentado ao anterior executivo mas ficou parado devido à pandemia.
Manuel d’Olivares, depois de ter apresentado instalações de vídeo, de som, de pintura, fotografia ou de desenho em palheiros, casas arruinadas e em anexos onde se arrumam as alfaias agrícolas, quer voltar a apresentar uma iniciativa cultural para realizar nas Caldas da Rainha. Desta forma propõe-se a celebrar contemporaneidade em ambiente urbano, trocando a aldeia do Moledo pela cidade termal.
Uma das ideias centrais desta futura iniciativa será a água.