João Almeida faz história com vitória na Volta à Suíça

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Depois da Itzulia Basque Country e do Tour de Romandie, caldense venceu na Suíça, num ano de sonho
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Caldense torna-se apenas o terceiro ciclista a vencer três das “sete maravilhas” no mesmo ano

O ciclista caldense João Almeida foi o vencedor da Volta à Suíça numa grande exibição e numa “almeidada” de oito dias, a recuperar mais de 3 minutos para os adversários, escrevendo mais uma brilhante página na história do ciclismo português… e mundial.

Com a vitória na corrida helvética, João Almeida tornou-se apenas o terceiro ciclista da história a vencer três das sete principais corridas de uma semana do World Tour, as chamadas “sete maravilhas”, juntando-se a Sean Kelly, que fez o mesmo em 1984 e 1986, e a Bradley Wiggins, em 2012. João Almeida já tinha ganho as voltas ao País Basco e à Romandia, somando ainda um sexto lugar no Paris-Nice, ganho por Mateo Jorgenson. As restantes “maravilhas” foram ganhas por Juan Ayuso, Tadej Pogaçar e Primoz Rolic.
A época brilhante de João Almeida conta ainda com segundos lugares nas voltas à Comunidade Valenciana e ao Algarve.

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João Almeida, que ganhou também a camisola dos pontos na Suíça, admitiu que foi um erro deixar o grupo de Gregoire ganhar três minutos no primeiro dia e que aprenderam com essa lição. Ainda assim, frisa, o trabalho excecional da equipa e a sua crença diária de que era possível chegar ao primeiro lugar, que permitiram recuperar esse tempo. No final da crono-escalada uma afirmação curiosa: “achei que o meu medidor de potência estava avariado, porque mostrava valores muito altos, fui sempre a fundo”.

O feito de João Almeida mereceu reações do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que disse que o caldense atingiu “um feito apenas ao alcance de muito poucos”, enquanto o primeiro-ministro, Luís Montenegro, destacou a “extraordinária demonstração de capacidade de superação ao vencer o contrarrelógio de hoje [domingo] e completar uma ‘remontada’ espetacular”, descrevendo-o como “mais um exemplo ao mais alto nível desportivo da raça lusitana e da garra portuguesa”.

Recorde-se que, no primeiro dia em terras helvéticas, o grupo dos favoritos cedeu mais de 3 minutos a um grupo liderado pelo jovem francês Romain Gregoire, da Groupama, e onde estava também Vauquelin, líder à partida para o último dia.

À terceira tirada, entre Aarau e Heiden, o caldense foi segundo e iniciou a sua recuperação, com uma grande exibição. Na quarta etapa, nova prova de que era o melhor deste tour, sendo mais uma vez o primeiro a cortar a meta. Na quinta etapa voltou a ficar em segundo, num dia em que Vauquelin assumiu a amarela, com 39 segundos de vantagem sobre o português.

Na penúltima etapa, o ciclista da UAE somou a segunda vitória em etapas, subiu a segundo e reduziu a 33 segundos a diferença para o primeiro.
À partida para o contrarrelógio individual que fechava a prova, João Almeida era o favorito e demonstrou a sua superioridade com uma estrondosa cronoescalada. No ponto intermédio da derradeira etapa Almeida era o mais rápido e ganhava já 22 dos 33 segundos que precisava para vencer. Até à meta prosseguiu tirando mais de 1 minuto e meio ao francês e ficando com a amarela.

Segue-se a participação no Tour de France, ao lado de Tadej Pogacar, que arranca a 4 de julho.

António Morgado também participou nesta prova, ajudando o colega e amigo a vencer, depois ter sido ele segundo em 2024, atrás do colega de equipa Adam Yates. Morgado deverá ter a sua estreia em grandes voltas em Espanha, novamente ao lado de João Almeida.

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