Piloto bombarralense de 18 anos tem procurado reunir apoios para disputar campeonato após boa estreia na etapa portuguesa, com um 10º lugar
Simão Almeida, de 18 anos, residente no Vale Covo, concelho do Bombarral, participou nas duas primeiras etapas do Campeonato da Europa de QuadX (quadcross). Após uma boa experiência na prova inaugural, o bombarralense que estuda nas Caldas da Rainha tem conseguido reunir apoios para disputar mais provas e este fim de semana vai estar em ação na Chéquia, na terceira etapa do europeu.
“Esta oportunidade apareceu no início da época, quando foi divulgado aos pilotos portugueses que se ia realizar uma prova do Europeu em Alqueidão, em Torres Novas”, contou à Gazeta das Caldas. O piloto bombarralense já tinha decidido tentar a sorte em provas internacionais, nomeadamente para fazer o Campeonato de Espanha, pelo que decidiu agarrar a oportunidade.
“É importante para qualquer piloto ir a uma corrida destas, seja pela experiência, seja pela oportunidade de competir com pilotos internacionais”, acrescentou.
Os resultados nessa prova, que decorreu em abril, foram positivos. Após um 11º lugar na manga de qualificação, acabou num 10º lugar e acabou por decidir tentar fazer mais provas do Europeu. Apesar de ter pouco tempo, conseguiu juntar os apoios e a 11 e 12 de maio esteve nos Países Baixos para a segunda etapa, que se realizou em Heerde.
“Fomos um bocado às cegas. Sabíamos que íamos apanhar areia, mas não uma areia tão fina”, que acabou por lhe condicionar os resultados finais. “Não foram os melhores, mas foi uma boa aprendizagem e para começar a habituar-me a andar em diferentes tipos de terrenos”, conta. Após bons arranques, que o colocaram dentro dos 15 primeiros, a areia fina acumulou-se nos radiadores e causou sobreaquecimento do motor. “Foi necessário poupar a máquina para chegar ao fim”, conta. Terminou a primeira manga em 24º e a segunda em 25º, o que lhe deu o 28º da geral na corrida.
A terceira etapa decorre este fim de semana, a 1 e 2 de junho, e Simão Almeida está entusiasmado, até porque as condições da pista de Kramolin, na Chéquia, podem favorecê-lo. “É um terreno mais ao meu gosto, no ano passado foi lá a grande corrida das nações, onde correm todos os pilotos do mundo, estive a ver a pista e é um traçado mais ao meu gosto, um traçado rápido, de terreno rijo, vamos ver como corre”, atirou.
Simão Almeida é um apaixonado pelas motos, que conduz desde os 4 anos. “Comecei a andar porque o meu pai já tinha motos, e nascemos com o bichinho”, recorda. Até aos 10 anos, fez sobretudo passeios ao fim de semana com o pai. “Então perguntaram-me se eu não gostaria de andar numa pista, experimentei e começou a crescer o gosto e a dedicação aos treinos e às corridas e penso que estou num bom caminho”, afirma.
Sagrou-se campeão nacional na classe de 250cc, subiu de categoria, mas uma queda limitou-lhe a prestação nessa categoria. Agora compete na classe 450cc. “É onde estão os melhores pilotos do país”, sustenta.
Apesar de participar em mais corridas de moto4, é no QuadX que Simão Almeida se sente melhor. As corridas acontecem em pistas de cross, com saltos espetaculares que exigem destreza e coragem.
Correr internacionalmente é para Simão Almeida uma oportunidade de conseguir competir mais “a sério”. “Correr profissionalmente é muito difícil, mas fazer estas provas pode criar condições para que alguma marca me veja e possa apostar em mim, o que é mesmo o meu sonho”, aponta.
Apesar de correr no QuadX, Simão Almeida não descura os estudos. É aluno do curso de multimédia na ETEO, que deverá concluir este ano. ■