A Adega Cooperativa da Vermelha encerrou o ano de 2018 com a abertura de um novo espaço de venda ao público, onde apresenta a diversidade dos seus vinhos Mundus e os combina com outros produtos regionais. O último ano foi de crescimento e terminou com uma facturação superior a 9 milhões de euros. Quase metade da produção é exportada para mais de 30 países nos cinco continentes.

A Adega Cooperativa da Vermelha cumpriu um sonho antigo de ter um espaço digno para venda ao cliente. A nova loja, que se localiza nas instalações da adega, abriu nos finais de Dezembro e tem espaços para os diferentes vinhos da marca Mundus (brancos, tintos, rosés, espumantes, abafados, aguardentes e sangrias).
Entre os expositores, em ferro e madeira nacional, há um dedicado a outros produtos regionais, que complementam a oferta dos vinhos. São exemplo os biscoitos, o azeite, o mel e os doces.
Mas além destes expositores, há um espaço para provas de vinhos e um adro no exterior para lazer. No andar inferior existe um auditório com capacidade para 120 pessoas (pode aumentar consoante a disposição da sala) que será utilizado nas assembleias gerais da cooperativa, mas também em reuniões, convívios e outros eventos. O espaço pode ser alugado por empresas, ajudando a rentabilizar o investimento.
Rui Soares, presidente da Adega Cooperativa da Vermelha, não revelou o investimento necessário para abrir este showroom, justificando que as contas ainda não estavam fechadas. “Mais importante do que o investimento é a rentabilidade”, afirmou, esclarecendo que esperam um aumento nas vendas ao público de, pelo menos, 25%. Na quadra natalícia e de passagem de ano (abriram pouco antes, precisamente para apanhar essa altura festiva) a afluência foi, segundo o próprio, maior do que esperavam, com aumentos de 50% nas vendas.
“Este era um desejo que já existia quando esta direcção entrou”, referiu o presidente da cooperativa, recordando que o espaço de venda era muito antigo. “As pessoas tinham que pagar primeiro nos escritórios e depois ir levar as garrafas, mas se, entretanto, lhes apetecesse levar mais, tinham de voltar aos escritórios e não estavam para isso, era uma frustração para nós”, explicou.
A abertura deste novo espaço vem de encontro ao objectivo de colocar a adega na rota do enoturismo. Actualmente já é possível marcar visitas de grupo para conhecer a produção destes vinhos. As crianças da escola costumam fazer visitas de estudo.
A construção da loja levou à criação de dois novos postos de trabalho e permitiu expor o produto do trabalho dos associados. “Temos uma montra da instituição dignificante”, disse o dirigente.
Exportações para mais de 30 países

Além da abertura do showroom, 2018 foi um ano bom para a Adega Cooperativa da Vermelha em termos produtivos, com um aumento da facturação para um valor superior a 9 milhões de euros.
Apesar das condições climatéricas com fenómenos adversos de 2018, a produção melhorou em quantidade e em qualidade. “Tivemos o cuidado de ir informando sobre as condições e os cuidados a ter”, contou Rui Soares. No total foram entregues na adega mais de 7 milhões de quilos de uvas (55% são tintas e 45% brancas), que foram pagas a uma média de 28 cêntimos o quilo. “É um aumento superior a 8% face a 2017, em que pagámos 22 cêntimos”, explicou Rui Soares, esclarecendo que os sócios que entreguem determinadas uvas nas datas indicadas são beneficiados. A diferença entre entregar a mesma uva num dia ou no outro, dita diferenças de pagamento de 3 a 4 cêntimos por quilo. Isto porque com o escalonamento da uva, a adega consegue retirar o melhor de cada casta, mas também optimizar os recursos de produção, poupando.
A adega tem mais de um milhar de sócios, mas em 2018 apenas cerca de 650 entregaram uvas. “Temos vindo a diminuir no número de associados, mas não em área de produção, porque tem havido um aumento da área das explorações”.
Actualmente a adega da Vermelha vende praticamente toda a sua produção engarrafada, engarrafonada ou em bag-in-box. Tem duas linhas de engarrafamento, que permitem engarrafar mais de 10 mil litros por hora. “Há sete anos enchíamos 70 bag-in-box por hora, então comprámos um equipamento que permitia encher 600, o que nos obrigou a procurar novos mercados”, fez notar Rui Soares.
De 2017 para 2018 as exportações subiram mais de 5% e representam já 45% da produção. Os vinhos da Vermelha estão já em mais de 30 países dos cinco continentes. Para essa maior procura dos mercados internacionais muito têm contribuído as distinções em concursos de vinho. Em 2018 foram precisamente 32 medalhas (uma de duplo ouro, 13 de ouro, 15 de prata e três de bronze).
E se quase metade do vinho da Vermelha vai para o estrangeiro, cerca de um terço é vendido através das grandes superfícies.
A Adega Cooperativa da Vermelha emprega quase 40 funcionários, um número que chega aos 60 nas alturas de maior azáfama, antes, durante e depois da vindima. Tem actualmente um leque de 40 referências, com vinhos adaptados a cada mercado. “A tendência é aumentar o número de referências”, referiu o dirigente, notando que “temos 14 castas, o que é uma mais-valia, porque permite criar uma grande diversidade de produtos”.
Para o novo ano os objectivos passam por reforçar as quotas de mercado nos Estados Unidos da América, Rússia, América Latina e Ásia, bem como entrar em novos mercados. Nos planos está também um aumento da área de exploração agrícola com vinha. “É importante que existam mais direitos de plantação”, notou.