Durante todo o dia realizou-se no local um mercado setecentista, com acampamento militar e muita animação. Rainha apareceu durante a tarde
O Largo do Hospital Termal viajou no tempo e, ao longo do dia do passado domingo, foi palco de um mercado setecentista e de uma recriação histórica.
Ora vemos uma “cozinha” do século XVII, e ficamos a perceber como é que se cozinhava naquela altura, ora encontramos o acampamento militar, com todas as armas e armaduras dos soldados. Numa terra fundada pela saúde, nesta recriação não faltou também aquilo que seria um hospital do século XVII, com os vários equipamentos necessários para os tratamentos, mas também a medicação que seria utilizada na Idade Média.
O mercado setecentista tinha, na sua dezena de expositores, apenas produtos da época, coisas que se pudessem efetivamente vender num mercado no século XVII. Peças de cerâmica, bordados, ervas aromáticas e chás, objetos utilitários e decorativos em madeira são alguns exemplos.
Ao longo de todo o dia a animação foi uma constante no mercado. Ora ouvimos o barulho do cortar da lenha, para fazer a fogueira que irá cozinhar o repasto, ora aparece uma animada banda que toca músicas medievais.
Já durante a tarde a Rainha D. Leonor apareceu ao povo. A monarca, fundadora da cidade, saiu do Hospital Termal, obviamente com guarda de honra, deu uma volta no Largo, cumprimentou os seus súbditos e sentou-se no trono. “Viva a Rainha” gritou-se.
Durante a recriação, uma voz dava a conhecer a história da fundação das Caldas e algumas particularidades relativamente à Rainha.
O mercado e a recriação histórica foram organizados pela Terras de Viri’Arte, uma associação cultural fundada há mais de 16 anos e que tem a sede nas Caldas.
João Madeira é o coordenador técnico da associação, que é presidida pela sua esposa, Nair Cabral (uma história de amor… medieval, uma vez que foi neste contexto de recriações que se conheceram).
Aos jornalistas, o responsável explicou que a associação tem sido procurada para trabalhos um pouco por todo o país e também no estrangeiro. O trabalho mais longe que realizaram foi em Itália, em Vicenza, no ano de 2019, depois de uma participação num mercado medieval de Óbidos, onde surgiu o convite para essa oportunidade.
Esta foi a segunda vez que participaram no evento das comemorações do dia da cidade nas Caldas, organizadas pela autarquia. O objetivo deste ano foi ter também um acampamento, que no último ano não existia. Como a associação Armis Nostrum, de Óbidos, já tinha um acampamento militar, decidiram que não iriam duplicar o que já existia, focando-se noutros equipamentos, como o hospital, e criando parcerias para poder ter presentes os membros da associação obidense. “Entre o pessoal das recriações históricas não há cá batalhas!”, brincou. Brevemente vão participar na primeira edição do Alfeizerão Medieval, um novo mercado medieval que está a ser criado este ano e que se irá realizar já em junho. ■