João Serra, Natália Correia Guedes e António Vidigal durante a sessão na Academia de Belas Artes

A Academia de Belas Artes mostrou-se preocupada com o estado de degradção a que chegou a obra “Jardim d’ Água” de Ferreira da Silva. Responsáveis daquela entidade propõem-se a divulgar o trabalho daquele artista no meio académico e querem vir às Caldas para conhecer a sua obra.

Numa sessão realizada na passada terça-feira, 28 de Janeiro, na Academia Nacional de Belas Artes em Lisboa, o caldense João Bonifácio Serra, membro daquela Academia desde o passado ano, apresentou “Operário em Construção”: uma comunicação, muito documentada fotograficamente, sobre a obra cerâmica de Ferreira da Silva (1928- 2016).
A sessão presidida por Natália Correia Guedes, sobrinha do médico caldense por adopção, Fernando Correia, manifestou o grande interesse da Academia pela obra do mestre, que é desconhecida dos meios académicos, dispondo-se a interceder com a Academia na divulgação do seu trabaho artístico.
Igualmente foi referida e mostrado com fotografias o estado em que se encontra a obra “Jardim D’ Água – Quatro Estações” junto ao Hospital Distrital, tendo sido manifestado a preocupação pela forma como a mesma está deixada ao abandono. Um dos académicos presentes na sessão propôs, de resto, que alguns elementos da Academia Nacional de Belas Artes de Lisboa possam efetuar uma visita ao monumento nas Caldas da Rainha para verificar in loco aquilo que tinha sido descrito, o que será agendado para breve.
A apresentação da obra de Ferreira da Silva suscitou muito interesse dos presentes, demonstrando que ainda há um desconhecimento grande pelo público mais erudito pela vida e obra deste artista. Ferreira da Silva nasceu no Porto, mas escolheu trabalhar e viver nas Caldas. Além da cerâmica, trabalhou o desenho, a gravura e a escultura nos mais diversos materiais desde o metal até ao vidro. Deixou várias obras de arte pública nas Caldas da Rainha.